Rússia quer criar sistema de satélites para vigiar 'qualquer processo na Terra'

A Rússia lançou ao espaço mais de duas dúzias de satélites no ano passado, tendo 146 satélites militares e civis orbitando o planeta em meados de 2018, de acordo com os dados da ONU.
Sputnik

A Agência Espacial Federal Russa (Roscosmos) propôs a criação de uma constelação de satélites de sensoriamento remoto apelidada de Olho Soberano (Gosudarevo Oko), anunciou o chefe da agência Dmitry Rogozin.

"Hoje, nós apresentamos um novo projeto que eu considero extremamente promissor […] Em 27 de dezembro, com o lançamento bem-sucedido a partir do cosmódromo de Vostochny, nós reforçamos a constelação de satélites de sensoriamento remoto da Terra. Agora nós propomos um projeto, designado como Olho Soberano, que nos permita ver a dinâmica de quaisquer alterações na Terra", declarou Rogozin.

Criado sistema de satélites de nova geração para prevenir sumiços misteriosos de aviões
Para ele, o projeto pode contribuir significativamente para a iniciativa Economia Digital da Rússia, uma estratégia de desenvolvimento nacional que visa aperfeiçoar o funcionamento dos órgãos reguladores e instituições de ensino, bem como para segurança cibernética, pesquisa e infraestrutura de TI.

A rede Olho Soberano seria destinada a melhorar as capacidades de monitoramento das agências civis e ajudar nas áreas da agricultura e produção energética.

Para exemplificar, Rogozin assinalou que o Ministério para Situações de Emergência poderia usar o sistema para posicionar rapidamente os aviões de combate a fogos com a precisão de 25 metros quadrados de fogo. Na agricultura o sistema poderia monitorar as terras aráveis e ajudar no uso de veículos aéreos não tripulados nos campos.

Além disso, o Olho Soberano seria capaz de monitorar grandes projetos de infraestrutura que se tornariam visíveis do espaço, acrescentou. A rede permitiria o controle digital de ângulos diferentes para determinar, por exemplo, a profundidade de um poço, mina ou outras alterações, segundo o alto funcionário.

"Vamos propor às empresas Gazprom, Rosneft, Lukoil, Russneft e outras a possibilidade de controlar remotamente as instalações que elas constroem, tanto na Rússia como no exterior", ressaltou.

A Rússia lançou em dezembro dois satélites de sensoriamento remoto Canopus-V a partir do cosmódromo de Vostochny. Até 2020, o grupo de tais satélites da Rússia deverá ser composto por ao menos 15 satélites, inclusive seis Canopus-V, capazes de detenção remota extremamente pormenorizada.

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