O conflito venezuelano corre o risco de se tornar internacional, já que há países apoiando diferentes lados dentro do país caribenho, afirmou à Sputnik Mark Jones, cientista político da Universidade Rice dos EUA. Para Mark Jones, os apoiadores de diferentes lados podem vir a se dividir em dois grupos, ultrapassando, assim, as bordas venezuelanas para uma escala mundial.
"Internacionalmente falando, o reconhecimento de Guaidó pela maioria dos países das Américas do Norte e do Sul e do Oeste Europeu, bem como a continuação do reconhecimento de Maduro por figuras mundiais tais como China, Rússia e Turquia, poderia transformar um conflito interno em um conflito internacional, contrastando potências mundiais como Brasil, Alemanha e EUA de um lado e, do outro, China, Rússia e Turquia."
A Sputnik também falou com o professor da Universidade Politécnica Pomona californiana, Miguel Tinker Salas, que acredita que a decisão norte-americana é "destinada a escalar a crise".
"Eles [o governo dos EUA] não querem encontrar uma solução pacífica e decidir à mesa de negociações uma solução da crise. Ao invés de uma mudança do regime pacífica, eles querem confrontar", destacou Salas.
No dia 23 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se declarou presidente interino do país durante protesto contra Maduro realizado nas ruas de Caracas. A autoproclamação de Guaidó recebeu apoio dos EUA, União Europeia e de uma série de países da América Latina, inclusive o Brasil, e à oposição venezuelana. Nicolás Maduro recebeu apoio da Rússia, Cuba, México, Bolívia, Nicarágua, Turquia, Irã e China.