O famoso bilionário norte-americano de origem húngara, George Soros, alertou durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que os EUA e a China, as duas maiores economias do mundo, se encontram em "uma guerra fria que em breve poderá se tornar quente".
Além disso, ele chamou o líder chinês, Xi Jinping, de "adversário mais perigoso das sociedades abertas" e pediu para que a administração de Trump pressione ainda mais Pequim, especialmente contra os gigantes tecnológicos chineses.
"Agora os americanos estão tentando uma espécie de coalizão entre a Rússia e os EUA contra a China e isso pode marcar uma Guerra Fria 2.0 – uma nova guerra fria dos EUA contra a China", explicou ele à Sputnik Internacional.
"Do meu ponto de vista, George Soros está tentando preparar uma base democrática, porque, como sabemos, é um forte apoiador do Partido Democrata e um grande doador desse partido, ele está tentado prepará-los mentalmente para uma guerra contra a China. Enfrentaremos Guerra Fria 2.0, porque a China e seu Partido Comunista são vistos no hemisfério ocidental como uma nova ameaça comunista", acrescentou o analista.
O analista canadense Michel Chossudovsky, por sua vez, sublinhou que, falando dos "regimes autoritários", Soros não lembrou as ações recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, contra a Venezuela, quanto ao reconhecimento de Washington do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino do país.
O especialista canadense revelou também por que Soros apela para pressionar gigantes tecnológicos chineses, especialmente Huawei e ZTE.
"Atualmente, a China lidera em várias tecnologias-chave […] Não há dúvidas sobre suas vantagens. Acredito que os EUA e seus aliados querem que a China deixe de desempenhar papel-chave no campo de tecnologia global. Vimos isso na história com Huawei, acusações ligadas à segurança [tecnológica] e sanções comerciais", afirmou ele.
Segundo Chossudovsky, o principal ponto forte da China na possível Guerra Fria com os EUA é a economia real chinesa enquanto os países ocidentais dependem dos bens produzidos na China.
Anteriormente, um grupo de senadores americanos apresentou uma lei proibindo a exportação de peças e componentes produzidos nos EUA para empresas de telecomunicações na China que supostamente violaram as sanções americanas. Em agosto de 2018, Donald Trump assinou uma lei proibindo agências governamentais de usar serviços da Huawei e da ZTE, entre outras entidades chinesas.