Venezuela busca 'neutralizar' EUA como a força que lidera tentativa de golpe

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, declarou em entrevista ao RT que os EUA estão dirigindo um esforço multinacional para derrubar Nicolás Maduro, mas as especulações de que o presidente venezuelano tenha pedido ajuda militar à Rússia são falsas.
Sputnik

Em entrevista ao RT, Arreaza explicou que Venezuela está procurando conter os EUA como a força que está dirigindo o esforço multinacional para derrubar o governo de Caracas.

"Desta vez, o governo dos EUA não está apenas por trás de um golpe de Estado, mas o lidera. Estamos concentrados em neutralizar os ataques de Washington, o que, por sua vez, neutralizaria os ataques e posições de todos os governos controlados pelos EUA na América Latina e na Europa", afirmou Arreaza.

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Mas ao mesmo tempo o ministro disse que as especulações sobre uma possível assistência militar da Rússia são só rumores. Segundo ele, embora as relações entre a Rússia e a Venezuela se desenvolvam com base na amizade, igualdade e respeito mútuo, a implantação de bases da Rússia e outros países no território da Venezuela é proibido pela constituição do país.

"A cooperação com a Rússia, desde o tempo do ex-presidente Hugo Chávez, continuou se aprofundando ao longo dos anos. Nós achamos que o presidente Vladimir Putin e o líder venezuelano Nicolás Maduro conseguiram elevá-la a um novo nível. [Rússia e Venezuela] cooperam nas esferas econômica, industrial, agrícola, financeira e militar, essa cooperação sempre existiu", disse Arreaza.

Ao mesmo tempo, ele observou que a cooperação entre a Rússia e a Venezuela na esfera militar sempre tem sido ampla, mas a Venezuela não pediu assistência militar à Rússia para resolver a crise interna.

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Mais cedo, na mídia surgiram rumores que alegadamente funcionários de uma "empresa militar privada" russa foram à Venezuela para apoiar Maduro. Porém, o embaixador russo em Caracas, Vladimir Zaemsky, e o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, já afirmaram que isso não corresponde à realidade.

No dia 23 de janeiro, o chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se declarou presidente interino do país durante um ato realizado nas ruas de Caracas. Os EUA, União Europeia e uma série de países da América Latina, inclusive o Brasil, manifestaram seu apoio a Guaidó e à oposição venezuelana. Nicolás Maduro recebeu apoio da Rússia, Cuba, México, Bolívia, Nicarágua, Turquia e Irã.

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