Negação do Holocausto 'infecta' países de direita da Europa Oriental, diz estudo

Um novo estudo sugere que a negação do Holocausto está em sua pior fase na Europa Oriental, onde governos "revisionistas", impulsionados por sentimentos de "vitimização", tentam apagar a culpabilidade de seu país pelo massacre de judeus na Segunda Guerra Mundial.
Sputnik

O estudo, publicado em 25 de janeiro — poucos dias antes do Dia da Recordação do Holocausto — indica níveis crescentes de revisionismo histórico em relação ao extermínio em massa de judeus sob o domínio nazista em partes do leste da União Europeia (UE).

O Projeto Lembrança do Holocausto foi conduzido por pesquisadores das universidades Yale e Grinnell e endossado pela União Europeia de Judaísmo Progressivo (EUPJ), uma organização que liga mais de 170 comunidades judaicas progressistas em 17 países.

"Revisionismo" aqui se refere a pessoas minimizando a cumplicidade de seu próprio governo, minimizando o número de vítimas ou alegando que os eventos do Holocausto nunca ocorreram.

Com base em suas descobertas, o estudo atribuiu aos países uma classificação verde, amarela ou vermelha, indicando "progresso, cautela ou problemas", em sua relação com a história do Holocausto. Polônia, Hungria, Croácia e Lituânia receberam uma classificação "vermelha", indicando que esses países têm uma séria incapacidade de "viver de acordo com suas trágicas histórias".

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A Polônia é particularmente levada em conta no estudo. Os autores descrevem o país como dirigido por um "governo nacionalista de direita" engajado em "vitimização competitiva, enfatizando a experiência das vítimas polonesas em detrimento das vítimas judias".

Além dos níveis crescentes de anti-semitismo e das contínuas reduções na educação sobre o Holocausto, o país foi criticado por uma lei aprovada em janeiro do ano passado, que tornou ilegal implicar o Estado polonês em crimes nazistas.

Por outro lado, a Romênia e a República Tcheca receberam uma classificação verde e foram considerados exemplares. O governo romeno foi elogiado por exigir treinamento obrigatório do Holocausto para seu Estado-maior militar e por estabelecer uma comissão independente de estudo do Holocausto.

Embora essa parte do relatório tenha se concentrado em países da Europa Oriental, o restante do continente não se saiu muito melhor em estudos recentes relacionados. Um estudo publicado na mesma época indicou que, apesar das evidências amplamente disponíveis, um em cada 20 britânicos não acredita que o Holocausto tenha acontecido.

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