O presidente Hashim Thaci revelou que conversou com seu colega russo, Vladimir Putin, em novembro, na primeira reunião entre os dois lados, à margem das comemorações do centenário pelo fim da Primeira Guerra Mundial.
"Eu perguntei a ele muito diretamente: qual seria a reação da Rússia se o Kosovo e a Sérvia chegassem a um acordo? Sua resposta foi que ele vai apoiá-la", afirmou Thaci no Conselho de Relações Exteriores em Washington.
"Sua resposta foi que não podemos ser sérvios maiores do que os sérvios. Não posso dizer que fiquei impressionado, mas eu realmente adoraria se ele mantiver sua palavra", acrescentou.
A Rússia tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e tem fortes laços culturais e políticos com a Sérvia, que fez campanha para manter o Kosovo fora das Nações Unidas e outras organizações internacionais desde que declarou a independência, em 2008.
O Kosovo, cuja população é majoritariamente albanesa, rompeu com a Sérvia depois de uma sangrenta campanha de guerrilha e bombardeio da OTAN em 1998-99, que continua a instalar uma força de paz no Kosovo.
As conversações lideradas pela União Europeia (UE) para a reconciliação tiveram pouco progresso. O presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu recentemente uma carta oferecendo ajuda dos EUA para negociar um acordo.
Mas Thaci também enfrenta oposição em casa, com o primeiro-ministro Ramush Haradinaj rejeitando a ideia do presidente de trocar territórios com a Sérvia.
Em Washington, Thaci disse que as trocas de terra seriam "parte de um acordo de paz mais amplo" e insistiu: "Não haverá fronteiras baseadas em linhas étnicas".
"Estou convencido de que isso fechará de uma vez por todas a guerra entre Kosovo e a Sérvia e abrirá um caminho seguro para a adesão à OTAN e à UE para ambos os países", explicou.
Ele apontou para a recente resolução da disputa por nomes de décadas entre a Grécia e a Macedônia, que concordou em renomear a República da Macedônia do Norte, como um sinal de que as profundas disputas podem terminar.