Contudo, segundo o ministro de Relações Exteriores da Grécia, Georgios Katrougalos, os venezuelanos não deveriam permitir qualquer interferência estrangeira em seus assuntos internos.
Perante essa situação, a Sputnik Internacional discutiu o assunto com Dimitris Rapidis, analista político e coordenador do Fórum Progressivo Europeu.
A Grécia é um dos países que não reconheceram o líder da oposição, Guaidó, como presidente interino da Venezuela e, com isso, mostrou solidariedade aos venezuelanos e apoio à democracia e à restauração da paz social. Além disso, o analista ressalta que o governo grego definitivamente não apoia a intervenção nos assuntos internos da Venezuela.
Alguns dos estados membros da União Europeia apoiaram e reconheceram Guaidó como presidente interino do país, entretanto, a Grécia acredita que após a reunião que ocorrerá em Montevidéu, no Uruguai, os venezuelanos poderão solucionar o problema através de uma solução pacífica.
Ao ser questionado sobre o motivo que levou os países a apoiarem ou não o líder da oposição venezuelana, Rapidis afirmou que é possível entender o apoio de alguns países membros da União Europeia através de suas estratégias. Ele refere que é interessante analisar o tempo de reação do presidente do Conselho Europeu e dos EUA depois do momento em que o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, se proclamou presidente interino do país, "então você pode ver quem correu para apoiar Guaidó".
Rapidis afirma que Maduro é o atual presidente da Venezuela, tendo sido legitimamente eleito, explicando que esse entendimento vale tanto para as Nações Unidas quanto para o seu secretário-geral, António Guterres. Ele ressaltou que a União Europeia deveria ter mais maturidade e uma mentalidade voltada à democracia.
Além da Grécia, a Itália também assumiu uma posição neutra com relação ao reconhecimento do líder da oposição venezuelana.
Em entrevista à Sputnik Internacional, Paolo Salom, observador político do Corriere della Sera, afirmou que a orientação política do governo italiano não está isolada como pode parecer, ressaltando que em breve haverá eleições na Europa, o que pode influenciar os países europeus na hora de decidir sobre o apoio ao líder da oposição venezuelana.
Ao ser questionado sobre o motivo que levou outros países a apoiarem Guaidó, o observador político afirmou que essa é uma situação complicada, já que são 27 os países que formam a União Europeia, e seria muito difícil que todos tivessem a mesma opinião. Além disso, em torno da Venezuela há muita coisa acontecendo, envolvendo diversas situações e potências de ambos os lados.
Salom enfatiza que a Itália apoia novas eleições na Venezuela, mas sem qualquer tipo de interferência na política interna do país, reforçando que se trata de um país da América do Sul e, por isso, os outros países não podem assumir que os padrões democráticos lá são iguais, já que a região possui características distintas e, que apesar da situação crítica no país, o problema deve ser solucionado pelos venezuelanos através de novas eleições, escolhendo o governo que desejarem.
Vale observar que a Itália adotou uma posição neutra com relação à crise venezuelana, não apoiando nem o presidente Nicolás Maduro, nem o presidente interino Juan Guaidó, conforme informou Luigi Di Maio, vice-presidente do governo italiano, ressaltando que não deseja que o cenário da Líbia seja repetido na Venezuela.
Ao todo são 17 os países da União Europeia que reconheceram o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino do país, enquanto outros países, como a Itália, Irlanda, Grécia, entre outros, defendem novas eleições para que o povo venezuelano escolha o melhor governo de forma pacífica.