Naquela época as condições climáticas eram "tão severas que toda a superfície da Terra, de polo a polo, inclusive os oceanos, congelou completamente", de acordo com Melissa Hage, cientista e ambientalista do Colégio Oxford da Universidade de Emory, de acordo com o portal Live Science.
Segundo eles, isso ocorreu, provavelmente, porque todas as massas terrestres do planeta se encontravam no equador ou em uma zona próxima, o que desencadeou um processo de meteorização, ou seja, a decomposição de minerais e rochas na superfície da Terra. Por sua vez, este processo levou à diminuição dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, de tal forma que, sem gases de efeito estufa, o ciclo da água se deteve. Tudo junto acabou causando um resfriamento global.
"Uma vez que os oceanos polares começaram a congelar, uma maior quantidade de luz solar se refletiu nas superfícies brancas e o resfriamento se intensificou", comentou.
Quando a Terra se esquentou e saiu de sua fase de congelação intensa, durante um período de tempo bastante "curto" (aproximadamente 40 milhões de anos) ocorreu a explosão de vida, o surgimento súbito e a rápida diversificação de organismos no início do período Cambriano.
De acordo com Hage, é improvável que no futuro a Terra volte ao seu estado de "bola de neve".
"Inclusive com invernos extremos, se formariam placas de gelo continentais, o que deteria a meteorização continental e permitiria que o dióxido de carbono se acumulasse na atmosfera, dando lugar ao aquecimento em lugar de uma congelação descontrolada", ressaltou a cientista.