Os críticos da Huawei estão evocando ameaças e abusando do poder do Estado para "suprimir os legítimos direitos e interesses de desenvolvimento das empresas chinesas" e "usando meios políticos para intervir na economia", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying.
"Todos os países devem lidar com assuntos relevantes de maneira objetiva, abrangente, racional e correta, em vez de fabricar desculpas de todos os tipos para a própria busca de interesse à custa de outros, o que é bastante hipócrita, imoral e injusto", afirmou a representante da chancelaria de Pequim.
Os comentários de Hua foram alguns dos mais afiados já fornecidos sobre a disputa envolvendo a Huawei. Washington busca convencer outros países a recusar serviços e produtos da companhia chinesa.
A Huawei é a maior fornecedora mundial de equipamentos de rede usados por empresas de telefonia e internet. Insiste que é independente e não representa uma ameaça à segurança alheia, mas há muito é vista por alguns como uma frente de espionagem pelos serviços militares e de segurança chineses.
Na terça-feira na Polônia, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, renovou sua advertência de que os Estados Unidos podem ser forçados a reduzir suas operações na Europa e em outros lugares se os países continuarem a fazer negócios com a Huawei.
Pompeo disse que os EUA têm fortes preocupações sobre as motivações da Huawei na Europa, especialmente nos países membros da OTAN e da União Europeia, bem como sobre suas práticas comerciais.
"Divulgamos os riscos associados a isso, riscos à informação privada dos cidadãos do país, riscos decorrentes da instalação dessa tecnologia nos sistemas de rede", afirmou.
As advertências dos EUA sobre os riscos da tecnologia de telecomunicações chinesa surgem à medida que os governos escolhem provedores para o lançamento da internet 5G, o que permitirá velocidades de download mais rápidas, além de maior conectividade entre os dispositivos.
Autoridades norte-americanas argumentam que, de acordo com as leis de segurança chinesas, empresas como a Huawei ou a ZTE poderiam ser compelidas a entregar dados ou acessar informações da inteligência chinesa.
"É uma prática internacional manter a segurança nacional com a legislação e exigir que organizações e indivíduos cooperem com o trabalho de inteligência nacional", disse Hua.
Sem provas sólidas, os EUA "continuam inventando crimes e produzindo várias teorias de ameaças", afirmou a representante de Pequim.