Reforma já: Rússia quer uma Europa 'forte, independente e aberta', diz Lavrov

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que o projeto europeu falhou em fornecer segurança e prosperidade para o continente, enquanto a União Europeia (UE) desperdiça suas energias para confrontar a Rússia para agradar Washington.
Sputnik

"Uma Europa unificada ainda não foi construída", declarou Lavrov em seu discurso na Conferência de Segurança de Munique. "As questões cotidianas — desde a erradicação do terrorismo até o crescimento econômico estável — não foram abordadas com soluções adequadas".

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Em vez disso, o diplomata russo disse que a Europa tem gostado de ser "seguidora" do "líder" de Washington enquanto busca uma política externa "centrada na OTAN".

"Enquanto os europeus se deixam arrastar para um impasse sem sentido com a Rússia, perdendo bilhões em sanções impostas do outro lado do Atlântico, o mundo continua mudando", explicou Lavrov, em referência às medidas aplicadas à Rússia sobre a Crimeia e Ucrânia desde 2014.

Para deixar de ficar para trás, "a casa europeia precisa de uma grande reforma”, insistiu Lavrov.

"Em termos práticos, a UE perdeu o monopólio da agenda de integração regional. O equilíbrio de poder em toda a região está mudando, principalmente devido às potências emergentes no Pacífico Asiático", alertou Lavrov.

O chanceler russo afirmou ainda que, como parte dessa nova configuração, que inclui o projeto chinês Um Cinturão, Uma Rota e a Organização de Cooperação de Xangai, um papel notável está sendo desempenhado pela União Econômica Eurasiática, que fortaleceu os laços entre cinco ex-repúblicas soviéticas, incluindo a Rússia.

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Mas Lavrov insistiu que "apesar da especulação generalizada" entre os políticos ocidentais e meios de comunicação, Moscou não está interessada em minar a União Europeia.

"Estamos interessados numa União Europeia forte, independente e aberta", acrescentando que a luta da UE pela independência na esfera da defesa na forma de um exército da UE é um "desenvolvimento natural e positivo para o fortalecimento de um mundo multipolar".

"Até que ponto a Europa poderá atingir seus objetivos, é outra questão", concluiu Lavrov.

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