"Não estamos tentando fazer isso, os Estados Unidos estão buscando uma política de pressão econômica, financeira, política e diplomática sobre o regime de fato na Venezuela em apoio a Juan Guaidó […] continuamos a dizer, e sempre faremos, que todas as opções estão na mesa", disse Abrams.
Abrams acrescentou que os Estados Unidos estão em conversas com parceiros internacionais sobre como colocar mais pressão sobre o governo de Maduro.
Em outra frente, os Estados Unidos estão constantemente em conversações com a Rússia sobre uma variedade de questões, incluindo a Venezuela, de acordo com Abrams.
"Sim, há conversas, obviamente entre os Estados Unidos e a Rússia, sobre uma variedade de questões, incluindo essa", resumiu, quando perguntado se as autoridades russas estão envolvidas em qualquer interação direta e significativa com os Estados Unidos.
Outro ponto revelado pelo representante estadunidense é que há discussões sobre uma proposta para conceder status de proteção temporária aos venezuelanos que fogem do país em meio à crise política.
"Quando estou na Casa Branca nas últimas semanas, essa é uma pergunta que é frequentemente levantada e é algo obviamente que a administração tem que falar internamente", comentou Abrams. "Não houve decisão".
Na última quinta-feira, o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, disse a repórteres que os Estados Unidos estão armando desertores venezuelanos para formar um chamado exército de libertação para invadir o país.
Crise sem fim
As tensões na Venezuela aumentaram no mês passado, quando o líder da oposição Juan Guaidó, apoiado pelos EUA, declarou-se presidente interino. Os Estados Unidos reconheceram imediatamente Guaidó, apreenderam bilhões de dólares em ativos de petróleo do país caribenho e ameaçaram usar uma ação militar contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Maduro acusou Guaidó de conspirar com os Estados Unidos para derrubar o governo legítimo do país, inclusive organizando a entrega de ajuda humanitária como parte de um plano para justificar a intervenção militar dos EUA.
Rússia, China, Cuba, Bolívia e vários outros países reafirmaram seu apoio a Maduro como o único presidente legítimo da Venezuela. As Nações Unidas também ainda reconhecem o governo de Maduro.