Juan Guaidó: 300 mil venezuelanos correm risco de morrer de fome

Além das 300 mil pessoas em seu país que correm risco de morrer de fome, há outros três milhões que também sofrem com a falta de medicamentos, afirmou o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
Sputnik

"A crise humanitária está se agravando, 300.000 estão em risco de morte e três milhões estão em grave risco de saúde", disse Guaidó durante uma conferência em Buenos Aires em que esteve acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie.

Recebido em Buenos Aires pelo presidente argentino Mauricio Macri, o deputado da oposição declarou que há "vidas humanas e crianças morrendo em hospitais" e que não é retórica quando ele diz que "não há transporte público nem liberdades sindicais".

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"Que o mundo saiba que, apesar do assédio, da perseguição e até mesmo da tortura, voltaremos às ruas nos próximos dias, resistiremos novamente", ressaltou.

Além disso, Guaidó acrescentou que o PIB (Produto Interno Bruto) da Venezuela caiu 53% nos últimos cinco anos, e que entre 14 e 17% da população deixou o país por causa da crise.

O deputado agradeceu "a cúpula humanitária" realizada no dia 23 de fevereiro em Cúcuta, na Colômbia, onde se viu "como o suposto bloqueio da Venezuela não passava de uma desculpa para um regime que não se importa com a vida dos venezuelanos".

"O dilema na Venezuela é entre ditadura e democracia, entre pobreza e miséria e progresso e prosperidade", destacou o líder da oposição.

A turnê sul-americana iniciada por Guaidó nos últimos dias, segundo o presidente interino, tem como objetivo "acabar com a usurpação e começar a transição", dizendo ele que até agora tem "o apoio de 60 países".

"Hoje começa uma nova etapa nas relações entre Venezuela e Argentina, baseada nos direitos fundamentais: liberdade, democracia e respeito pelos direitos humanos", declarou Guaidó.

O líder da oposição também agradeceu aos argentinos por terem acolhido milhares de venezuelanos que vieram morar em seu país.

No dia 22 de fevereiro, o deputado da oposição deu início à sua turnê pela América do Sul, começando pela Colômbia. Neste sábado (2), o presidente do Equador, Lenín Moreno, anunciou que receberá Guaidó em Quito.

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A crise política na Venezuela se agravou no dia 23 de janeiro, depois que Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela. O presidente reeleito Nícólas Maduro, que assumiu seu segundo mandato em 10 de janeiro, após uma eleição boicotada pela oposição, descreveu a declaração do líder da oposição como uma tentativa de golpe de Estado e culpou os EUA por orquestrá-la.

Vários países, incluindo EUA, Colômbia e outros 50 Estados, reconheceram Guaidó como presidente interino, enquanto que Rússia, China, Cuba, Bolívia, Irã e Turquia, entre outros, mantêm apoio ao governo de Maduro. México e Uruguai se recusam a reconhecer o autoproclamado presidente interino, declarando-se neutros e propõem um diálogo entre os lados envolvidos para superar a crise.

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