Presidente de Israel enfrenta Netanyahu após premiê declarar que Israel pertence a judeus

A âncora de TV Rotem Sela foi surpreendida pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu, após criticar o alerta da ministra da Cultura, Miri Regev sobre a possibilidade de um governo árabe no país. Netanyahu respondeu Stela dizendo acreditar que o país não pertence a todos os cidadãos, declaração que gerou furor nas redes sociais.
Sputnik

O presidente israelense, Reuven Rivlin, rebateu as recentes declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu argumentando que os árabes-israelenses não eram "eleitores de segunda classe" e que "não há cidadãos de primeira classe" no país.

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"Somos todos iguais na urna eleitoral. Judeus e árabes, cidadãos do Estado de Israel. 120 membros do Knesset [Parlamento de Israel] não podem mudar seu caráter como um Estado judeu", disse ele em um comunicado citado pelo The Times of Israel, em uma cerimônia marcando o 40º aniversário da assinatura do acordo de paz Israel-Egito. O presidente posteriormente tweetou a mesma frase, dessa vez em árabe.

Ele prosseguiu dizendo que "aqueles que acreditam que o Estado de Israel deve ser judeu e democrático no sentido pleno da palavra devem lembrar que o Estado de Israel tem completa igualdade de direitos para todos os seus cidadãos".

​O presidente disse acreditar que a campanha eleitoral — em andamento no país desde a dissolução do Knesset — tem virado as prioridades políticas “de cabeça para baixo”, denunciando as “observações totalmente inaceitáveis ​​sobre os cidadãos árabes de Israel” feitas por alguns políticos, em uma aparente repreensão da postura de Netanyahu.

Rivlin é correligionário de Netanyahu no Likud, o partido governista de direita no país. Embora se oponha à criação de um Estado palestino assim como o colega premiê, o presidente mantém relacionamento tenso com Netanyahu há anos. 

Em Israel, o presidente é eleito para um mandato de sete anos pelo Parlamento (Knesset) em votação secreta. O cargo carrega uma série de funções essenciais, como a concessão de autorização para que o chefe de governo possa formar o gabinete. Escolhido para o posto em 2014, Rivlin deve permanecer no cargo até 2021.

Reação entre personalidades

Conhecida pelo papel de Mulher-Maravilha, a atriz israelense Gal Gadot usou o Instagram para discordar de forma objetiva do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, para quem Israel não é "um Estado de todos os seus cidadãos". Gadot escreveu em comentários na rede social: “Ame o seu próximo como a si mesmo”.

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"Isso não é uma questão de direita ou esquerda, judeu ou árabe, secular ou religioso. É uma questão de diálogo, de discutir paz e igualdade e nossa tolerância para com o outro. A responsabilidade de semear esperança e luz para um futuro melhor para nossos filhos é nossa", concluiu a atriz, que raramente se manifesta sobre política.

A retórica de Gadot também foi repetida pela famosa atriz israelense Maya Dagan, que escreveu na seção de comentários: “Ela não é corajosa. Ela é normal. Ela é sensata. Ela é uma cidadã do Estado que se importa. Que ama o nosso país. Apenas como eu. Assim como todas as pessoas que moram aqui. Esse medo de não poder expressar sua opinião é ilógico. Eu me junto a você e reafirmo o que você disse".

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