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Ex-chanceler paraguaio: Brasil paga um 'preço injusto' pela energia produzida em Itaipu

A proximidade ideológica entre os presidentes Mario Abdo, do Paraguai, e Jair Bolsonaro, do Brasil, não pode garantir que Assunção conseguirá melhorar o acordo e a gestão da hidrelétrica de Itaipu Binacional, avaliou o ex-ministro de Relações Exteriores Miguel Abdon Saguier à Sputnik.
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"Não […] O Brasil não vai postergar os seus interesses por questões de amizade de qualquer natureza", Abdon Saguier, que foi chanceler do Paraguai durante os primeiros meses do governo de Luis Angel González (1999-2003).

Nesta terça-feira, Abdo e Bolsonaro se reuniram em Brasília, onde, entre outras coisas, eles conversaram sobre a renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que expira em 2023, que vai ser o último ano da gestão do presidente paraguaio.

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O referido anexo do contrato contém os preços de venda de energia elétrica de Itaipu para as partes solicitantes.

Embora cada nação possua 50% da energia produzida, o Brasil usa 93% dela, comprando os 43% restantes do Paraguai sob as condições incluídas no Anexo C do tratado.

No entanto, para Abdón Saguier, este acordo estabelece "um preço vil" para o seu país e o Brasil tira proveito do seu estatuto de nação dominante e viola os direitos do Paraguai.

"O preço da energia que cedemos é vil e não é um preço justo. Um preço vil que viola os direitos de Paraguai […] O Brasil se prevalece de seu status como o país dominante e nos impõe um preço vil, obviamente nós temos que nos impor", garantiu o ex-chanceler.

De acordo com os dados técnicos publicados pelo jornal paraguaio ABC Color, a taxa média é de cerca de US$ 40 por megawatt-hora (MW/h) para alcançar uma produção de 75.000 Giga Watt por hora, mas para exceder esse número o custo cai consideravelmente variando entre US$ 5 e US$ 6 por MW/h.

Na declaração de terça-feira, os líderes "concordaram que as futuras negociações para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu devem ser canalizadas com o mesmo espírito de entendimento construtivo que tem caracterizado este projeto binacional importante".

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Segundo o ex-chanceler paraguaio, o que se afirma na declaração "é palavrório, retórica".

A Sputnik apurou que a energia de importação pode variar entre US$ 100 e US$ 300 por megawatt-hora, dependendo das circunstâncias dos países e do tipo de energia.

Entre outros tópicos do encontro bilateral entre os líderes, a construção de novas pontes internacionais, a cooperação bilateral para combater o crime organizado e a verificação do crescimento do comércio bilateral foram destacadas.

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