O senador John McCain e David Kramer, um associado de McCain e ex-funcionário do Departamento de Estado, tiveram um papel importante na divulgação do famoso "Dossiê Steele" sobre a suposta cumplicidade de Donald Trump com a Rússia, segundo documentos divulgados pela Fox News.
O site de notícias BuzzFeed publicou o documento na íntegra em janeiro de 2017, atraindo críticas de vários veículos tradicionais americanos. McCain sempre negou ter enviado o dossiê para a imprensa, mas admitiu que o entregou ao FBI. A informação foi confirmada pelo ex-agente de contrainteligência Bill Priestap
Kramer, por sua vez, admitiu ter enviado o dossiê com jornalistas de mais de uma dezena de meios de comunicação, incluindo o BuzzFeed, a CNN e o Washington Post. O ex-associado de McCain recebeu o documento das mãos do próprio Christopher Steele.
De acordo com Kramer, o fundador da Fusion GPS, Glenn Simpson, pediu que McCain encaminhasse o documento ao FBI para tornar a denúncia mais crível. "Eu acho que eles sentiram que um republicano mais velho era melhor [opção] para receber isso do que um democrata, porque se fosse um democrata, eu acho que seria descartado como um ataque político", disse McCain.
Kramer também admitiu ter deixado um jornalista do BuzzFeed sozinho em uma sala com o dossiê, com o jornalista presumivelmente tirando fotos do documento para publicação posterior.
Outros empresários russos e vários associados de Trump também abriram processos contra o BuzzFeed.
O Dossiê Steele foi totalmente desacreditado após a publicação. Ele trazia acusações vagas de vínculos financeiros nunca provados entre Trump e empresários russos, além de acusar a Rússia de ser responsável pelo vazamento de e-mails do Comitê Nacional Democrata. O texto continha vários erros temporais e trazia nomes grafados incorretamente.
Trump descreveu o dossiê como uma "pilha de lixo" e condenou as agências de inteligência e a mídia norte-americanas por acreditar nas acusações.