Abandonando galáxia: descoberta 'estrela morta' que pode fugir da Via Láctea

Astrofísicos americanos descobriram uma "estrela morta" – um pulsar – extremamente incomum. Esse pulsar surgiu na sequência da explosão de uma supernova que a acelerou até uma velocidade recorde.
Sputnik

Considerando a velocidade muito alta de seu movimento, a estrela poderá deixar a Via Láctea em um futuro longínquo, supõem os cientistas, cujo estudo foi pulicado na revista Astrophysical Journal Letters.

"A velocidade de seu movimento — 1.130 quilômetros por segundo (4,07 milhões de quilômetros por hora) — significa que ele irá fugir da nossa galáxia em um futuro longínquo. Atualmente não é claro o que aconteceu exatamente com esse pulsar, no entanto, supomos que [seu movimento] poderia ter sido acelerado por instabilidades hidrodinâmicas surgidas dentro da supernova no momento em que explodiu", declarou Dale Frail, do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO, na sigla em inglês).

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A maioria das estrelas gira em torno do centro da nossa galáxia com velocidade que normalmente não excede 100 quilômetros por segundo (360 mil quilômetros por hora). No entanto, desde meados dos anos 2000 os astrônomos descobriram duas dezenas de estrelas que se movem com velocidade tão alta que quase "se libertaram" força de gravidade da Via Láctea e a abandonaram.

Segundo opinam os astrônomos, essas estrelas começam a se mover tão rapidamente devido à interação com o buraco negro maciço no centro da galáxia ou à explosão de uma supernova, caso se encontrem perto desses objetos.

No entanto, há exceções a todas as regras. Assim, os cientistas prestaram atenção ao pulsar PSR J0002+6216, localizado na constelação de Cassiopeia a uma distância de cerca de 6,5 mil anos-luz da Terra. Ao contrário da maioria dos outros objetos semelhantes, ele não se localizava dentro dos restos da supernova ou em uma região relativamente "limpa" do espaço aberto, mas perto do casulo da supernova que explodiu.

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Esta característica incomum da "estrela morta" obrigou Freyle e sua equipe a estudar em detalhe tanto o pulsar quanto a nuvem de gás quente CTB 1, que fica a cerca de 50 anos-luz de distância dele.

Os dados e imagens enviados pelo radiotelescópio VLA, usado pelos especialistas, trouxeram muitas descobertas inesperadas.

Primeiro, descobriu-se que o PSR J0002+6216 se move a uma velocidade muito alta — a cada segundo ele se afasta dos restos da supernova à velocidade de 4,07 milhões de quilômetros por hora. Isso o converte no segundo objeto mais veloz da galáxia depois da US 708, uma estrela "comum" que viaja a uma velocidade de 1.200 quilômetros por segundo (4,32 milhões de quilômetros por hora).

Além disso, a trajetória deste pulsar indica que ele nasceu no centro da CTB 1 há cerca de 10 mil anos, quando seu progenitor explodiu.

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No início, observam os cientistas, ele se movia mais devagar do que se expandia o próprio casulo da supernova, mas a velocidade do movimento do gás e da poeira caiu rapidamente devido a suas interações com o meio interestelar. Isso aconteceu há cerca de cinco mil anos, segundo evidencia o rastro brilhante do pulsar, que surgiu após sair do casulo da supernova.

Freyle e seus colegas esperam que as observações seguintes da CTB 1 e do PSR J0002+6216 os ajudarão a entender exatamente o que levou à "fuga" do pulsar para fora da Via Láctea e permitirão que os cientistas descubram os mecanismos internos do surgimento das supernovas.

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