Em 23 de março, dois aviões russos chegaram à Venezuela com equipamentos e funcionários para honrar os contratos técnico-militares que estão "em processo de cumprimento", segundo asseguraram fontes na embaixada russa à Sputnik.
Na opinião de Wong, a interferência dos EUA nos assuntos internos da Venezuela é uma violação do direito internacional.
"As declarações de Pompeo e de qualquer outro alto funcionário dos EUA que ignore o direito internacional, interferindo nos assuntos internos, são uma violação", indicou o cientista político.
Entretanto, o especialista sublinhou que a Venezuela tem o direito de estabelecer laços e cooperar com qualquer país que queira, inclusive com a Rússia.
"A cooperação entre a Rússia e a Venezuela está formulada, a Venezuela é um país soberano e independente e decide a sua política exterior a partir de seus interesses nacionais para proteger a integridade territorial e, com base disso, toma decisões com qualquer governo com o qual possa compartilhar ideias e cooperar", disse Wong.
"Que cinismo que um país como os EUA, com mais de 800 bases militares no mundo, muitas delas na América Latina, e um orçamento militar crescente de mais de US$ 700 bilhões, pretenda interferir nos programas de cooperação técnico-militar entre a Rússia e a Venezuela!", disse Arreaza no Twitter.
Considerando as ações da parte americana, Wong considera lógico que a Rússia fortaleça seu apoio técnico à Venezuela.
"No quadro da segurança nacional, perante as ameaças provenientes do Comando Sul dos EUA, por parte do secretário de Estado, do conselheiro de Segurança Nacional (John Bolton), do enviado para a Venezuela, Elliott Abrams, é normal que estejam sendo dados passos para reforçar o apoio logístico e técnico da Rússia", indicou.
A Venezuela enfrenta uma profunda crise política desde que o líder da oposição do país, Juan Guaidó, se declarou presidente interino em 23 de janeiro. Os Estados Unidos e 54 outros países, incluindo o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela. Rússia, China, Cuba, Bolívia, Irã e Turquia, entre outros, continuam apoiando o governo de Maduro.