Guaidó poderia tentar criar órgãos de poder paralelos na Venezuela, supõe analista

O chefe da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, apesar de não ter nenhum poder real, pode tentar formar órgãos paralelos de poder para ter algo a mostrar a seus apoiadores, de acordo com o analista.
Sputnik

"Eu suponho que ele pode tentar criar órgãos de poder paralelos. Outra questão é saber se será bem sucedido. Porque seria inútil invadir o Palácio de Miraflores, isso poderia causar vítimas", afirmou o professor de Relações Internacionais da Universidade de São Petersburgo, Viktor Jeifets.

Para o especialista, no momento o autoproclamado presidente interino está tentando demonstrar mais autoridade.

"Para ele [Guaidó] é extremamente importante tentar demonstrar que tem poderes para além da Assembleia Nacional, já que as pessoas não podem ir às ruas eternamente, para que [a população] o veja não apenas como um autoproclamado presidente, mas também como alguém com poderes reais", falou o analista em entrevista à Sputnik.

Assembleia Nacional Constituinte venezuelana aprova continuidade de processo contra Guaidó
"Até agora, ele não tem praticamente nenhum poder real na Venezuela fora do parlamento. É fundamental que ele mostre que tem essa autoridade para manter seus apoiadores, por exemplo, chegar a acordo com um governador chavista para que o reconheça, chegar a acordo com um grupo de militares que confirme que o considera como líder, com aqueles que ainda não o apoiaram", complementou.

Na terça-feira (2), a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela aprovou a continuação do processo de investigação contra Guidó. A decisão foi proferida em resposta a um pedido do Supremo Tribunal venezuelano em relação à suspensão da imunidade do líder da oposição.

Desde 21 de janeiro, a Venezuela vem enfrentando uma crise profunda devido à autoproclamação de Guaidó como presidente interino. Vários países ocidentais, liderados pelos EUA, anunciaram o reconhecimento do líder da oposição. Rússia, China, Turquia e outras nações apoiam Nicolás Maduro como único presidente legítimo.

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