O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, reuniu-se com Pompeo na quarta-feira (3), em Washington, em meio ao impasse contínuo na Síria quanto à retirada dos EUA e ao desejo turco de combater as milícias curdas aliadas dos EUA no país.
"O secretário Pompeu expressou apoio às negociações em curso sobre o Nordeste da Síria, enquanto advertia sobre as consequências potencialmente devastadoras de uma ação militar unilateral turca na região", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Robert Palladino, em declaração após as negociações.
Tivemos uma reunião construtiva com Pompeo sobre os desafios em nossas relações bilaterais e questões na agenda comum Turquia-EUA
Ambas as nações entraram em desacordo frente às recentes tentativas americanas de impedir a participação da Turquia do programa de caças F-35, depois que Ancara comprou sistemas russos de mísseis antiaéreos S-400.
O vice-presidente turco Fuat Oktay respondeu ao chanceler americano dizendo que os EUA "devem escolher" se querem "permanecer aliados da Turquia ou arriscar nossa amizade unindo forças com terroristas", que é como Ancara se refere às Unidades de Proteção Popular (YPG) e outras milícias curdas, e "minar a defesa de seu aliado da OTAN contra seus inimigos".
Os Estados Unidos devem escolher. Querem continuar sendo aliados da Turquia ou arriscar nossa amizade unindo forças com terroristas para minar a defesa de seu aliado da OTAN contra seus inimigos?
Os EUA têm sido o principal aliado das milícias curdas no Leste da Síria. Para que as forças turcas não atacassem os curdos, Washington forçou a saída de Ancara da Síria no final de 2018. Porém, após a derrota do Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a retirada de suas tropas da Síria, o que pode novamente abrir caminho para a Turquia.