Duas equipes distintas de pesquisadores descobriram estas particularidades do Sol quando pesquisavam as informações obtidas pelas sondas solares Hélios, que faziam parte de uma colaboração entre a NASA e o Centro Aeroespacial Alemão, além da sonda Solar Dynamics Observatory. Estas sondas foram lançadas em meados da década de 1970, fornecendo uma grande quantidade de informação.
Os pesquisadores encontraram "chuva" no Sol, material solar caindo em ciclos magnéticos em um lugar inesperado. Esta nova descoberta poderia fornecer uma ligação perdida entre os dois dos maiores mistérios da ciência.
Estas bolhas estão cheias com elétrons, prótons e partículas alpha altamente energéticos, que inflam para uma dimensão entre 50 e 500 vezes o tamanho da Terra, sendo transportadas para o espaço como vento solar. Essas bolhas explodem criando rastros de bolhas, ejetadas a cada cerca de noventa minutos, tal como nas lâmpadas de lava.
Mesmo sendo tão grandes, essas bolhas são incrivelmente difíceis de serem encontradas. Enquanto o vento solar empurra essas bolhas, elas flutuam através de vastas distâncias no Sistema Solar e a temperatura e densidade das partículas vão desaparecendo.
De acordo com as informações obtidas pela sonda Hélios e as observações dos cientistas, estas manchas são mais quentes e mais densas do que o nível normal do vento solar. Com isso, a NASA espera estudar estas bolhas através da sonda espacial Solar Parker Probe.
Outra equipe da NASA e da Universidade Católica da América também está analisando a coroa solar, inclusive analisando como сai a chuva no Sol.
A chuva coronal possui algumas semelhanças com a chuva na Terra, mas ao invés de água líquida, ela consiste de jorros de plasma quente.
Esse plasma é aquecido pela energia solar e empurrado para a superfície do Sol, já as partículas são direcionadas pelas linhas do campo magnético e traçam padrões em ciclo, quando deixam a superfície solar e voltam a cair em movimentos circulares, criando o que é conhecido como chuva coronal.
As informações da sonda Solar Dynamics Observatory seguem o movimento do plasma e podem explicar o motivo pelo qual a coroa é mais quente do que a superfície solar.
"Se um ciclo tem chuva coronal, isso significa que os 10% inferiores, ou menos, é onde o aquecimento coronal está ocorrendo", afirma Emily Mason, primeira autora do documento publicado pela The Astrophysical Journal.
Agora, os pesquisadores tentam entender se estes tipos de ciclos podem explicar o vento solar lento, um tipo de emissão que é menos energético do que as correntes típicas de vento solar.
Mason acredita que, depois de tanto tempo procurando na direção errada, a recente descoberta estabelece uma nova ligação entre o aquecimento anormal da coroa e a superfície do vento solar lento, considerando que esses são os dois maiores mistérios da ciência na atualidade.