O programa de criação de navios não tripulados para vigilância de submarinos diesel-elétricos (ACTUV, sigla em inglês) dos EUA foi lançado em 2010. A construção do primeiro navio drone levou quatro anos.
A missão principal dos Sea Hunter é a busca e acompanhamento de submarinos diesel-elétricos. Um sistema hidroacústico potente e numerosos radares e sensores permitem determinar a posição do navio e guiá-lo em seu percurso. Além disso, o drone é capaz de corrigir o percurso de acordo com as circunstâncias. Prevê-se que os novos drones também sejam úteis para proteger grupos de ataque de porta-aviões.
A Marinha dos EUA pediu 400 milhões de dólares para 2020 para construir mais dois navios drones. No total, em contexto de um rápido desenvolvimento das forças submarinas da Rússia e da China, o Pentágono planeja gastar 2,7 bilhões de dólares com a construção de dez desses navios nos próximos cinco anos.
Segundo o presidente do Clube de Submarinistas de São Petersburgo, comandante Igor Kurdin, os EUA sempre prestaram muita atenção ao sistema de detecção e vigilância de submarinos do seu provável inimigo.
"Tendo grandes recursos financeiros, os EUA criaram o sistema de vigilância hidroacústica estacionária SOSUS. Trata-se de um sistema de sensores e cabos no fundo do oceano mundial que servia de barreira e que detectava a localização dos submarinos ao ser atravessado", explicou o especialista à Sputnik, sublinhando que às vezes esses sistemas ajudaram os americanos a detectar submarinos nucleares soviéticos.
"Os americanos relaxaram […] e decidiram que a frota russa entrou em decadência e já não merece atenção e, respetivamente, deixaram de desenvolver a defesa antissubmarino. Mas agora que a frota submarina russa está em alta, quando foram desenvolvidos novos navios com novas capacidades – em primeiro lugar no que se refere à invisibilidade – se revelou que o sistema antigo se tornou ineficaz. Os americanos são obrigados a aperfeiçoá-lo com urgência", revelou ele.
Hoje em dia a Marinha russa dispõe de um dos submarinos diesel-elétricos mais silenciosos do mundo. Trata-se dos submarinos do projeto 636.3 Paltus (ou Varshavyanka) equipados com torpedos de 533 milímetros e novíssimos misseis de cruzeiro Kalibr-PL. Foram os Paltus que se tornaram os primeiros submarinos da Rússia moderna a realizar lançamentos de mísseis de cruzeiro contra alvos reais, durante a operação na Síria.
Seis submarinos desse tipo já estão no serviço da Frota do Mar Negro, enquanto a Frota do Pacífico receberá outros seis desses submarinos. Ao mesmo tempo, as versões anteriores do submarino (projeto 877) também estão sendo modernizadas.
A Rússia vende submarinos do projeto 636 a outros países, incluindo a China, Índia, Vietnã, Irã e Argélia. Possivelmente, o novo drone está sendo criado para combater esse tipo de submarinos. Kurdin sublinhou que os EUA ainda não têm um sistema eficaz para combater os submarinos russos convencionais.
O professor da Academia de Ciências Militares, Sergei Sudakov, por sua vez, está convencido que o projeto Sea Hunter não passa de mais uma tentativa do lobby do armamento dos EUA de receber fundos orçamentários.
Sudakov opina os Sea Hunter não são tão sofisticados como declaram os desenvolvedores. Para realizar o programa, os americanos planejaram criar uma rede composta de sondas, sniffers e sistemas de vigilância por satélites. Entretanto, realizar essa concepção exigiria trilhões de dólares. Por enquanto os militares americanos declaram que têm apenas alguns elementos desse programa que permitiriam controlar apenas uma pequena área ao longo da linha costeira dos EUA.