De uma perspectiva ocidental, os engenheiros soviéticos pareciam encarar os seus submarinos da Guerra Fria como se fossem caças de alta performance destinados a vencer seus adversários em uma batalha, de acordo com o artigo.
Devido aos altos índices de acidentes causados pela falta de proteção contra radiação e pela fraca cultura de segurança, o departamento russo para o desenvolvimento da engenharia naval finalizou em 1974 um projeto, chamado Projeto 685, de um novo submarino destinado a servir de teste para futuros submersíveis de quarta geração, que literalmente poderia dobrar a já considerável vantagem na profundidade de imersão do navio soviético.
A revista National Interest detalha que esse submarino único, com o número K-278, foi chamado de Komsomolets, que em tradução literal significa "escoteiro comunista". O casco interno dessa embarcação foi construído inteiramente em liga de titânio 48T, um metal extremamente caro, tão resistente quanto o aço, mas consideravelmente mais leve.
O casco de titânio proporcionava à embarcação capacidades se suportar pressões altíssimas, enquanto os sistemas automatizados avançados permitiam que o enorme navio fosse operado por uma tripulação de apenas 57-64 homens.
Estreado em junho de 1983, o Komsomolets foi concebido como um laboratório de testes, com capacidade de combate secundária, capaz de lançar 22 torpedos comuns, assim como torpedos supervelozes Shkval e mísseis antissubmarino RPK-2 Vyuga, detalha a revista.
Em 1984, sob o comando do capitão Yuri Zelenskiy, a embarcação mergulhou a 1.020 metros no mar da Noruega — a maior profundidade jamais alcançada por um submarino militar armado.
Como comparação, o artigo cita os submarinos das classes Los Angeles e Virginia em serviço nos EUA têm hoje oficialmente uma profundidade de imersão de 240 metros.
O autor da publicação revela que o submarino sofreu uma avaria elétrica quando se encontrava submerso a 368 metros, tendo se afundado no mar a 1.680 metros com dois mísseis nucleares a bordo.
Durante anos, os governos escandinavos estudaram repetidamente o casco rachado do navio em busca de evidências de contaminação, descobrindo alguns sinais de vazamento de plutônio em uma inspeção em 1994. Algumas das fissuras e vazamentos foram selados, e as pesquisas subsequentes, felizmente, não encontraram mais que uma contaminação mínima.