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Assange: advogada diz que presidente do Equador prestou desserviço aos direitos humanos

O ativista australiano Julian Assange, preso nesta quinta-feira na Inglaterra, corre o risco de sofrer injustiças se for entregue às autoridades norte-americanas. É o que acredita a advogada Ângela Tsatlogiannis, especialista em Direito Internacional e Direitos Humanos das Faculdades Rio Branco - SP.
Sputnik

Em entrevista à Sputnik Brasil, Tsatlogiannis destacou que a situação do fundador do WikiLeaks sempre foi bastante complicada, especialmente nesses últimos sete anos, em que esteve refugiado na Embaixada do Equador no Reino Unido, pois ninguém sabia que destino ele teria. Segundo ela, ao decidir retirar o asilo concedido, o presidente equatoriano, Lenín Moreno, optou por entregar Assange aos policiais britânicos como um criminoso ou perseguido comum, para posterior extradição para os Estados Unidos, onde ele poderá "cumprir uma pena mais severa do que deveria". 

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"Lá nos Estados Unidos, a gente sabe que ele vem sendo procurado, ele é perseguido de fato, ele é querido pelo governo americano para que cumpra a pena que eles acreditam que é devida por todo o estrago que ele fez quando divulgou as informações que eram secretas do governo americano anos atrás. Então, ele corre um risco bastante sério de cumprir uma pena um pouco mais severa do que ele deveria por crimes que a gente duvidaria se de fato ele cometeu ou não", disse a professora.

Para a especialista, é "um desserviço para os direitos humanos e para o direito internacional o que o presidente do Equador fez" ao retirar o asilo de Assange. 

"Certamente, ele vai ser injustiçado. O Assange será injustiçado com tudo isso", afirmou. "Nós sabemos que os Estados Unidos, por vezes, não tratam com tanta justiça pessoas que não atuam da forma que melhor convém a eles. Então, a gente não sabe, não pode prever o destino que vai ser dado a ele chegando aos Estados Unidos."

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