Bisneto de Mussolini diz que fascismo na Itália é 'exagero de propaganda esquerdista'

O político também especulou sobre a necessidade de ação da direita na Itália, trazendo estatísticas sobre a sobre-representação dos migrantes nas taxas de criminalidade e dados da população carcerária.
Sputnik

O bisneto do ex-premiê fascista da Itália, Benito Mussolini, Caio Giulio Cesare Mussolini, é candidato ao Parlamento Europeu nas eleições que acontecem no mês que vem. Ele é membro de um partido de oposição nacional-conservador italiano, Irmãos de Itália, mais popular no sul do país.

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Em uma entrevista por escrito com o DPA, o político de 51 anos de idade disse que estava "orgulhoso" de seu sobrenome, embora fosse "muitas vezes um fardo" para ele. Caio, porém, negou que sua campanha tenha sido inspirada por alguma nostalgia fascista, embora defenda o slogan #EscrevaMussolini (um apelo para que cidadãos escreva o sobrenome dele na cédula, como manda a lei).

No início deste mês, membros de dois partidos de direita da Itália, Casa Pound e Forza Nuova, participaram de protestos em Torre Maura, um antigo distrito de Roma, bloqueando a transferência de 70 pessoas da minoria cigana em um centro de recepção local. Segundo Cesare Mussolini, compreender tais incidentes como um indicador de novo fascismo “é um exagero de propaganda da esquerda, que não tem outros argumentos”.

Ele prosseguiu dizendo que em algumas áreas “há muito medo” dos ciganos e que esse sentimento “deve ser entendido, não demonizado”. Abordando o problema migratório de modo mais amplo, Cesare Mussolini ressaltou que “na Itália, como na Alemanha”, os migrantes tendem a fazer aumentar as estatísticas de criminalidade, além de comporem fatia considerável nos números de encarcerados.

"São estatísticas. O que não pode ser contestado", afirmou Mussolini.

O candidato do BDI foi oficial da Marinha no passado, bem como representante do Oriente Médio para a Finmeccanica, uma empresa de defesa italiana que agora é conhecida como Leonardo.

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Ele se autoclassifica como “patriota” e admitiu admirar políticos como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, “mas também” a chanceler alemã Angela Merkel. Para ganhar uma cadeira nas eleições de 26 de maio, ele precisará não só receber um número suficiente de votos pessoais, mas torcer que seu partido supere a cláusula de barreira nacional (atualmente fixada em 4%).

Se eleito, ele seria o segundo Mussolini a representar a Itália, depois de sua prima Alessandra. Outro membro de sua família, Rachele, é vereadora em Roma.

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