Mueller: 'Encontros entre equipe de Trump e Rússia são insuficientes para provar conluio'

O Departamento de Justiça dos EUA divulgou há pouco o relatório da investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller sobre suposto conluio entre Trump e a Rússia. Documento tem quase 450 páginas divididas em dois volumes.
Sputnik

De acordo com o relatório redigido por Mueller, investigadores "identificaram numerosos contatos entre conselheiros de campanha e nacionais russos afiliados ao governo durante a campanha e após a eleição", conforme citou o The New York Times. 

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Nem todos os encontros tiveram natureza política, porém. Segundo Mueller, conforme citado pelo jornal, russos também procuraram representantes do presidente para lidar com assuntos comerciais. O procurador se disse incapaz de determinar que tais contatos configuram algum tipo de conluio ou conspiração ilegal.

Mueller detalha no documento alguns destes encontros. O texto detalha que o contato de Trump com a Rússia começou antes do início oficial da campanha, quando Trump assinou uma carta de intenções que previa a construção de uma Trump Tower em Moscou. O então advogado pessoal do bilionário, Michael Cohen, teria enviado um e-mail para tratar do assunto com o hoje secretário de imprensa do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov.

Um advogado russo também teria se encontrado com membros da equipe de campanha do republicano — incluindo o genro de Trump, Jared Kushner, o filho Trump Jr. e o coordenador de campanha, Paul Manafort, e ofereceu "documentos e informações oficiais que incriminariam Hillary". O caso já havia sido noticiado pela imprensa americana e Mueller não encontrou evidências de que o suposto advogado agia em nome do governo russo.

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O texto também traz relatos de esforços empreendidos pela equipe de Donald Trump em atrasar, atacar ou atrapalhar a investigação de Mueller. O procurador especial, porém, se disse incapaz de decidir se o presidente atuou para obstruir a justiça, já que atos como a demissão do ex-diretor do FBI, James Comey, fazia parte de suas atribuições presidenciais.

Autoridades russas contestam as alegações desde 2016, acusando a classe política e a imprensa norte-americana de justificar a derrota de Hillary Clinton com uma mentira, além de usar o caso para  desviar a atenção do público de casos reais de fraude eleitoral e corrupção.

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