"Em 25 de abril, em Vladivostok, nosso presidente manterá conversações com o presidente do Conselho de Estado da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong-un, que virá ao nosso país com uma visita", disse Ushakov a repórteres.
"Esta reunião será o primeiro contato entre nosso presidente e o líder norte-coreano", acrescentou o assessor presidencial.
As conversas começarão com o tête-à-tête e depois continuarão nos formatos estreitos e estendidos, prosseguiu Ushakov.
"As negociações, naturalmente, se concentrarão em uma solução política e diplomática para o problema nuclear da península coreana", declarou o funcionário.
Os líderes não planejam emitir uma declaração conjunta ou assinar documentos após as negociações, complementou Ushakov.
O funcionário ressaltou que a primeira etapa do roteiro russo-chinês sobre o assentamento da Coreia do Norte já havia sido implementada e que era hora de avançar para a segunda etapa.
O assessor do Kremlin observou que a situação na península coreana havia se estabilizado ultimamente.
"Isso se tornou possível em grande parte por causa da iniciativa da Coreia do Norte de interromper testes nucleares e de mísseis e de fechar uma instalação nuclear", disse Ushakov.
A Rússia vê que a Coreia do Norte e os Estados Unidos estão prontos para continuar o diálogo, embora a última cúpula entre os EUA e a Coréia do Norte não tenha trazido resultados tangíveis, afirmou Ushakov.
"Até onde podemos ver, os dois lados ainda estão prontos e interessados em continuar o diálogo. Acreditamos que é muito importante, e essa prontidão e interesse devem ser demonstrados no futuro", completou o assessor do Kremlin.
Ushakov reiterou o compromisso da Rússia de contribuir para a estabilidade da península coreana e disse que as próximas conversações são uma das etapas para conseguir isso.
Após o encontro com Kim, Putin seguirá para a China, onde irá se encontrar com o presidente Xi Jinping.
História
A cúpula será a primeira entre os dois vizinhos desde que o pai de Kim, Kim Jong-Il, conheceu Dmitry Medvedev na Rússia, oito anos atrás.
Os laços entre Pyongyang e Moscou, outrora seu aliado mais importante, remontam a décadas.
A União Soviética instalou o avô de Kim, Kim Il-sung, como líder da Coreia do Norte e foi um dos principais apoiadores e principal fornecedor de ajuda a Pyongyang durante a Guerra Fria.
A URSS começou a reduzir o financiamento para o Norte quando começou a buscar a reconciliação com Seul na década de 1980, e Pyongyang foi duramente atingida pelo fim da União Soviética.
Desde então, a China se tornou o aliado mais importante do Norte, seu maior parceiro comercial e fornecedor crucial de combustível.
Analistas dizem que, ao estender a mão à Rússia, Kim poderia estar buscando equilibrar a influência de Pequim, enquanto Putin faz questão de projetar a influência russa em outro ponto crítico global.