Embora menos divulgado pelo mundo, mas não menos importante, há também fatos que comprovam a tentativa de desenvolvimento de armas químicas na América Latina.
Houve um tempo em que a ditadura do chileno Augusto Pinochet concebeu um plano macabro para assassinar os seus críticos com gás sarin.
Com o objetivo de exterminar humanos, os nazistas foram os pioneiros no desenvolvimento de "agentes nervosos" como sarin, tabun e soman, além de usarem o pesticida Zyklon B para exterminar pessoas em campos de concentração.
Na década de 80, a utilização de armas químicas foi denunciada no conflito Irã-Iraque e, mais recentemente, na guerra civil na Síria.
Já a denúncia sobre desenvolvimento de armas químicas na América Latina veio em 2008, quando o Ministério da Saúde do Chile encontrou duas caixas de toxina botulínica em um subsolo que, segundo relatos, poderia ter sido usado para matar cerca de um milhão e meio de pessoas.
Este não foi o primeiro episódio que ligou Pinochet ao uso de armas químicas. Investigações conduzidas pelo juiz chileno Alejandro Madrid estabeleceram que a ditadura de Pinochet havia desenvolvido gás sarin com a intenção de usá-lo para assassinar opositores políticos.
As operações com gás sarin foram feitas em nome do chamado "Projeto Andrea", encarregado do bioquímico Eugenio Berríos, que era o cientista responsável pelo desenvolvimento da arma química.
Outros territórios latino-americanos também foram cenários de uso de substâncias químicas, como a ilha panamenha de San José, onde testes com armas químicas americanas foram conduzidos em meados do século XX.
Embora os testes tenham parado, os EUA mantiveram uma base na ilha e abandonaram meia dúzia de bombas químicas sem detoná-las. Após vários anos de negociações, Washington concordou em limpar a ilha em 2013, mas até hoje não cumpriu a promessa.