Fake news? Diplomata dos EUA garante que Maduro pode ser traído por seus aliados

O presidente venezuelano Nicolás Maduro não deve confiar em ninguém ao seu redor, especialmente os cubanos e os russos, disse o enviado dos EUA para o país caribenho, Eliott Abrams, tentando plantar sementes de desconfiança no Palácio Miraflores.
Sputnik

Abrams foi nomeado pelo governo do presidente estadunidense Donald Trump para liderar o esforço para derrubar Maduro e substituí-lo pelo autoproclamado "presidente interino", Juan Guaidó.

O protegido americano tentou na terça-feira provocar uma revolta militar no país, filmando-se ao lado de uma base militar em Caracas, com alguns homens uniformizados atrás dele, enquanto discursava, mas não conseguiu.

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No rescaldo, Abrams se juntou ao coro das principais autoridades dos EUA dizendo ao público que o governo de Maduro está prestes a cair.

Falando ao canal de TV venezuelano US-VPItv, o enviado especial dos EUA para a Venezuela afirmou que Guaidó estava envolvido em negociações com altos comandantes militares pelas costas de Maduro, que não estava ciente da reunião. Foi o que Abrams assegurou.

O diplomara tentou semear as sementes da dúvida no coração de Maduro, se ele assistisse à entrevista.

"Maduro não pode confiar em seu ambiente, incluindo qualquer um que afirme ser leal a ele. Ele não pode contar com isso. Especialmente os cubanos e os russos", ponderou Abrams.

Estaria o enviado norte-americano dizendo a verdade? O histórico de Abrams não é exatamente um de honestidade sem mácula. Ele foi até condenado em 1991 por mentir ao Congresso sobre o caso Irã-Contras - a operação da CIA na era Reagan para vender armas ao Irã e usar o dinheiro não contabilizado para enviar armas a militantes na Nicarágua -, mas recebeu o perdão do vice-presidente de Reagan, George H. Bush, que se tornou presidente na época.

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Outras figuras primárias na equipe "Derrube Maduro" deram declarações bombásticas semelhantes à mídia após o golpe fracassado, explicando que os dias do "regime" estão contados.

O secretário de Estado e ex-chefe da CIA, Mike Pompeo, afirmou que o presidente venezuelano estava prestes a fugir do país na terça-feira, mas foi dito para ficar com os russos - uma história que Abrams contou em sua entrevista também. Moscou chamou de "notícias falsas".

E o conselheiro de segurança nacional John Bolton alegou que Maduro, com medo, estava escondido em um bunker militar com medo de seu próprio povo. Porém, a realidade era outra: Maduro estava fazendo um discurso na frente de uma multidão de milhares de seguidores em Caracas.

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