Derretimento acelerado do Ártico despertará 'gigante adormecido', alertam cientistas

Os cientistas asseguram que o derretimento do gelo no Ártico provocará liberação acelerada de gases de efeito de estufa, o que, por sua vez, irá aumentar o aquecimento global.
Sputnik

O aumento da temperatura no Ártico põe em perigo o permafrost, ou seja, os terrenos e rochas permanentemente congelados nas zonas mais setentrionais do hemisfério norte, o que poderia agravar as consequências negativas para o meio ambiente, já que irá acelerar a liberação de gases e aumentar o ritmo do aquecimento global.

Onda de calor pode acabar com um dos animais mais inteligentes do mundo
De acordo com uma pesquisa liderada por Merritt Turetsky da Universidade de Guelph (Ontário, Canadá), publicada na revista científica Nature, à medida que a temperatura aumenta, os microrganismos descompõem a matéria orgânica do solo, liberando gases de efeito de estufa tais como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso.

Estas mudanças ambientais preocupam bastante a comunidade científica. Nos dias de hoje a temperatura da região ártica aumenta duas vezes mais rápido que a temperatura média mundial. Isso afeta a região de permafrost, cujo rápido colapso pode acontecer em poucos dias ou semanas, o que irá alterar uma paisagem que demorou milhões de anos a se formar. 

Esta situação levará a que, no lugar de ecossistemas florestais, aparecerão lagos de gelo descongelado e terras úmidas, alterando assim o habitat da vida selvagem.

O caráter abrupto do processo de degelo atua de forma mais acelerada sobre as reservas de dióxido de carbono mais profundas, o que leva à liberação de metano, um gás que tem efeito de estufa muito mais forte que o dióxido de carbono.

ONU alerta para milhões de mortes prematuras até 2050 devido a danos ambientais
"Estamos vendo este gigante adormecido a despertar mesmo em frente aos nossos olhos. Isto está acontecendo mais rápido do que o esperado'', afirmou Turetsky.

Frente a esta situação, a equipe de cientistas recomendou reforçar o controle sobre este setor do Ártico e sobre os efeitos do degelo, com a consequente reformulação das políticas de gestão ambiental.

"As nossas oportunidades para agir estão diminuindo, mas ainda temos e podemos fazer alterações para salvar o Ártico como o conhecemos hoje e, juntamente com ele, o clima da Terra", assegurou Turetsky.

Comentar