Secretário de Relações Exteriores britânico não descarta papel de Haftar no governo líbio

O marechal-de-campo Khalifa Haftar, comandante do Exército Nacional Líbio (LNA), ainda pode desempenhar um papel importante no futuro governo nacional mesmo liderando a ofensiva em Trípoli. A opinião é do secretário do Exterior britânico, Jeremy Hunt.
Sputnik

Os confrontos entre as duas forças rivais da Líbia começaram em 4 de abril, quando Haftar ordenou que suas tropas avançassem sobre a capital para "libertá-la de terroristas". O LNA já ganhou controle sobre as cidades vizinhas de Surman e Garyan. O Governo do Acordo Nacional (GNA), reconhecido como legítimo pela ONU, anunciou uma contra-ofensiva três dias depois.

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"Temos que ter cuidado ao fazer esse tipo de julgamento. Não nos cobrimos de glória com nossa política sobre a Líbia. Vamos enfrentá-lo, se soubéssemos em 2011 que estaríamos na situação em que estamos agora, estaríamos nos perguntando se o caminho certo a seguir é um cessar-fogo, conversas políticas e um acordo", disse Hunt The Guardian, afirmando ainda duvidar se a ofensiva do LNA impediria Haftar de questionar o futuro do governo líbio.

O secretário de Relações Exteriores também reiterou o desacordo do Reino Unido com a operação de Haftar no oeste da Líbia.

"Não concordamos com o que o Haftar está fazendo. Não achamos que é possível para o Haftar alcançar uma vitória militar e, como governo, ele não será visto como legítimo por todas as partes do país. Então, queremos um processo político", analisou Hunt ao jornal.

Em fevereiro de 2011, protestos em massa exigindo a saída de Muammar Gaddafi, ex-líder da Líbia que esteve no poder por mais de 40 anos, se espalharam por todo o país. Os protestos mais tarde se transformaram em um conflito armado entre forças do governo e rebeldes.

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Em 17 de março daquele ano, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução prevendo a introdução de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, abrindo caminho para a intervenção militar estrangeira no país norte-africano. Uma operação conduzida pelas forças de coalizão — Reino Unido, França, Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Itália, Espanha, Dinamarca e Noruega — começou dois dias depois. Naquele mês de outubro, Gaddafi foi brutalmente morto por milícias apoiadas pelo Ocidente, e o país foi envolvido em constante turbulência política desde então.

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