Ao ser questionada sobre o desempenho do governo de Jair Bolsonaro, que obtém a maior queda de popularidade de um presidente recentemente eleito, Dilma acredita que a baixa popularidade é um indicador do estarrecedor grau de irresponsabilidade do atual governo, que não possui qualquer projeto para o Brasil, já que o presidente Jair Bolsonaro consegue ver à sua frente apenas valores ultradireitistas.
Muitos da direita moderada, inclusive a mídia, o mercado e os militares acreditavam que depois de ser eleito, o presidente seria domesticável, entretanto, ele não pode ser domesticado, pois os "neofascistas nunca são domesticáveis", afirma Dilma.
Para Dilma, Bolsonaro possui duas propostas articuladas em seu governo. A Neoliberal, que consiste em desregulamentar o mercado de trabalho e entregar a previdência aos bancos, ou seja, entregá-la para o sistema de privatização dos bancos, através do sistema de capitalização.
"Além disso, nós temos algumas estatais importantíssimas, como a Petrobras que é a sétima empresa de petróleo do mundo", ressalta Dilma, destacando que nenhuma empresa estatal de petróleo das vinte maiores, treze são estatais e nenhuma está sendo vendida. Contudo, a ex-presidente acredita que a Petrobras seja privatizada aos poucos, logo depois da previdência de Bolsonaro.
Dilma também cita o efeito arrasador do governo Bolsonaro com relação aos bancos públicos, como o BNDS que está sendo destruído, além da intenção de privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o setor da educação pública do país.
Com isso, o governo de Jair Bolsonaro está "comprometendo seriamente o futuro do país" com a política defendida por ele.
A outra política seria o mercado e o judiciário, representados pelo ministro Guedes e pelo ministro Moro, além de Bolsonaro, que defende a tese de que o país deve ser limpo, que as pessoas devem ser mortas na rua sem qualquer direito de averiguação posterior, entre outras situações.
Dilma acredita que a democracia brasileira está fortemente corroída por dentro, passando por um processo perigoso, devido às omissões, que permitiram seu impeachment e medidas contra o ex-presidente Lula e Temer, que foi preso recentemente. A ex-presidente enfatiza que todas essas medidas foram tomadas com um propósito: a prisão de Lula.
Isso porque o governo Dilma e Lula conseguiu fazer algo que Bolsonaro não está conseguindo, como por exemplo, no governo Dilma e Lula, conseguiram lutar pelo direito dos indígenas, além de elevar a renda da classe baixa, permitir o acesso à educação, aplicar o Programa Mais Médicos para mais de 63 milhões de pessoas.
Hoje, Bolsonaro representa a derrota do golpe e a consequência do golpe, já que a democracia foi ameaçada e a economia corroída, pois tudo que prometeram não está sendo cumprido, e provavelmente, não será cumprido.
Temer
"Ele será julgado pela história, pelo papel que ele escolheu desempenhar, o papel de traidor", declarou Dilma, ressaltando que ele é traidor do país ao entregar o limite do teto de gastos e elevar o valor do gás de cozinha.
Lula
Sobre Lula, a ex-presidente Dilma, declara que ele não foi preso pelo tríplex, que não é dele, já que o imóvel foi dado em garantia pela empresa para conseguir empréstimo bancário.
A prisão de Lula teria ocorrido para a aplicação de um golpe, utilizando a lei para destruir um forte adversário político na eleição.
"O processo que condenou Lula, era um processo incompatível com o juiz, que, por sinal, favoreceu a eleição de Bolsonaro, negociando a ida de Moro para o Supremo, como uma 'negociata', uma forma de corrupção muito grave, que um juiz não possa permitir", declara Dilma.
"O Lula tem presente, tem história presente no povo brasileiro, ele representa o hoje e a possibilidade de que o amanhã seja um amanhã muito melhor, maior e mais comprometido com o povo do país, ele representa a esperança", garante Dilma.
Dilma conclui dizendo que Lula está completamente em forma e capaz de assumir a presidência do país, além disso, ele tem consciência de que é inocente e tem uma causa maior: "Lula é forte e dá a volta por cima."