Em fevereiro, Bolsonaro esteve em Washington para se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump. Agora, depois de polêmicas, decidiu ir a Dallas para receber o prêmio de "personalidade do ano", oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. Além dos EUA, Bolsonaro também visitou a Suíça, Israel e Chile desde que assumiu a Presidência.
Já dentro do Brasil, Bolsonaro esteve nos estados de Santa Catarina, Paraná, Amapá, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. As viagens que fez desde janeiro, no entanto, privilegiaram eventos militares e evangélicos e foram mais frequentes em São Paulo e Rio de Janeiro.
Com desemprego aumentando, Nordeste aguarda o presidente
A região Nordeste do Brasil foi a única que não deu maioria de votos para Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, dando larga preferência a Fernando Haddad (PT). A região é onde se concentra a pior avaliação do atual presidente, segundo o Ibope.
Porém, já há uma primeira visita agendada para o dia 24 de maio, quando se encontrará com o Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
A falta de atitude em relação à região tem sido apontada por analistas e congressistas como prejudicial para a Reforma da Previdência, uma vez que deputados nordestinos têm se queixado da falta de atenção do Planalto para com a região.
O Nordeste é a região do país que mais perdeu vagas com carteira assinada em 2019, tendo quase 24 mil postos de trabalho fechados apenas em março.
Roraima e a crise venezuelana
A Venezuela foi um dos termas mais discutidos por Bolsonaro durante a campanha e também desde que se elegeu. No Brasil, o estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, foi o que mais sentiu os efeitos da crise política no país vizinhos, sendo porta de entrada para milhares de imigrantes venezuelanos.
Em fevereiro, a região foi uma das protagonistas internacionais da tentativa de entrada de ajuda humanitária na Venezuela, com direito a protestos e repressão.
Apesar da retórica de Bolsonaro, que chegou a receber em Brasília o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, a região fronteiriça também não foi visitada pelo presidente desde que recebeu a faixa presidencial.
Principais parceiros comerciais também poderiam ser visitados
Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro mostrou preferência ideológica em suas visitas internacionais. As visitas aos EUA, Israel e Chile, mostraram que seu discurso de campanha para a política externa tomou forma.
Em 2018, segundo números do governo, os Estados Unidos foram o 2º maior comprador de produtos do Brasil, enquanto o Chile ficou em 6º no quesito. Já Israel foi o 74º país na lista, atrás de países como Cuba e Venezuela.
Apesar de queda em relação ao ano anterior, as exportações do Brasil para Argentina foram quase 3 vezes maiores do que os negócios fechados com o Chile ao longo de 2018.
O caso da China também é representativo. No ano passado o país foi o principal destino das exportações brasileiras, somando o dobro da exportação para os Estados Unidos. As críticas aos chineses durante a campanha de Bolsonaro tiveram que ser remediadas com declarações nos primeiros meses do ano, além de um encontro com o embaixador da China no Brasil. Uma possível visita ao país asiático ainda é uma especulação.
Já o caso de Israel é o que mais evidencia a preferência ideológica nas viagens internacionais do presidente brasileiro. A aproximação com o país — em especial as intenções de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém — gerou ruídos com parceiros comerciais importantes do Brasil no mundo Árabe, como é o caso do Egito. Em março, após reunião com representantes da comunidade Árabe no Brasil, surgiram rumores de que o presidente brasileiro poderia visitar algum país da Liga Árabe até o final do ano, mas por enquanto nada foi anunciado.