Diretamente de Dallas, nos EUA, onde está para receber uma homenagem, Bolsonaro afirmou que há uma grande perseguição contra a sua família, destacando que está sendo montada uma operação como a Lava Jato contra ele, e que o seu filho está sendo usado para isso.
"É a jogadinha. Quebraram o sigilo bancário dele [Flávio] desde o ano passado e agora, para dar um verniz de legalidade, quebraram oficialmente. E de mais 93 pessoas, se não me engano. Nossa Senhora, tem uma Lava-Jato aí. Vai fundo, vai fundo. Isso aí é ilegalidade. Eu não sou advogado, [mas parece] nulidade de processo", declarou à imprensa, citado pelo jornal O Globo.
"Agora, estão fazendo esculacho em cima do meu filho. Querem me atingir? Venham para cima de mim! Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar", prosseguiu.
Na opinião de Bolsonaro, todo o caso que envolve Flávio Bolsonaro integraria algo mais amplo, uma vez que setores da mídia do Brasil estariam insatisfeitos com o seu governo, que vem sendo responsável com recursos públicos.
"Grandes setores da mídia não estão satisfeitos com o meu governo. É governo de austeridade, de responsabilidade com o dinheiro público. É um governo que não vai mentir e não vai aceitar negociações, não vai aceitar conchavos para atender interesse de quem quer que seja. E ponto final", acrescentou.
Além de ex-assessores, a quebra de sigilo solicitada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e autorizada pela Justiça envolve pessoas do círculo familiar do presidente, como a sua a ex-mulher Ana Cristina Valle, de quem ele diz estar separado há 11 anos.
Para Bolsonaro, há uma perseguição em andamento e sua família tem sido usada para tal fim.
De acordo com investigadores do MP-RJ, há indícios de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito de Flávio Bolsonaro. O pedido de quebra de sigilo do senador e de outras 94 pessoas diz respeito às suspeitas de que trata-se de uma organiação criminosa, uma vez que assessores teriam devolvido até 90% dos seus salários ao parlamentar, em esquema coordenado pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz — este também incluso na lista de sigilos quebrados.
A opinião do presidente repercute o que já disse a defesa de Flávio Bolsonaro, que nega qualquer irregularidade. Porém, o senador também é investigado por um suposto enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro, por meio de negociações relâmpago de imóveis, com ganhos considerados acima do mercado.