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Após quebra de sigilo de Flávio, mulher de Bolsonaro pode entrar no radar do MP do Rio

© AP Photo / Eraldo PeresMichelle Bolsonaro, primeira-dama do Brasil
Michelle Bolsonaro, primeira-dama do Brasil - Sputnik Brasil
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) possui fortes suspeitas contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, mas as investigações sobre lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito do parlamentar podem avançar também contra a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

De acordo com a revista Época, não está descartada a quebra de sigilo bancário da mulher do presidente, que teve depositados em sua conta 10 cheques, no valor de R$ 40 mil, pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz, amigo de Bolsonaro e ex-assessor de Flávio.

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"O foco neste momento é em três núcleos: o da loja de Flávio, o do gabinete e o familiar. Em um eventual desdobramento, a primeira-dama pode se tornar alvo", explicou à revista um investigador do caso.

Ainda de acordo com a Época, existe a suspeita de que Bolsonaro tenha mentido no passado, quando justificou os depósitos na conta da mulher como uma devolução de um suposto empréstimo feito a Queiroz no passado.

No total, o MP do Rio obteve autorização para a quebra do sigilo bancário de 95 pessoas e empresas ligadas a Flávio Bolsonaro — incluindo Queiroz e pessoas da sua família. Os investigadores não incluíram Michelle porque ampliaria excessivamente o escopo, porém a análise das informações poderá comprovar a versão do presidente, ou levar a um avanço das apurações sobre a primeira-dama.

Já Bolsonaro poderia ser investigado, mas não poderia ser processado neste momento por fatos não relacionados ao mandato, conforme dispõe a Constituição Federal — um cenário semelhante ao vivido pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).

A investigação tem como peça central a apuração sobre um possível desvio de recursos do gabinete do atual senador, então deputado estadual no Rio, já que existem suspeitas de que o filho do presidente ficava com parte do salário de servidores de seu gabinete.

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Segundo reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, vários servidores que integram a lista de investigados pelo MP do Rio também trabalharam para Bolsonaro e/ou para os demais filhos do presidente — o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O pontapé das investigações foi dado por um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações de R$ 1,2 milhão por Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 — valor incompatível com sua renda.

Tanto a defesa de Flávio quanto a de Queiroz negam qualquer irregularidade. No caso do senador, ele acusa o MP do Rio de já ter quebrado os seus sigilos irregularmente, acusando o órgão de fazer uma perseguição cujo alvo final seria o governo do pai.

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