"A posição polonesa é firme e clara: não devemos nada a ninguém", afirmou a porta-voz do governo, Joanna Kopcinska, durante uma entrevista em uma rádio local nesta quinta-feira.
Seus comentários foram uma réplica para grupos como a Organização Mundial Judaica de Restituição (WJRO), que pede a Varsóvia para compensar as famílias judias, cuja propriedade foi apreendida e saqueada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Em fevereiro, o presidente de operações do grupo, Gideon Taylor, criticou a Polônia como "o único país da União Europeia" que não tem leis de restituição "abrangentes". O governo polonês se opõe fortemente a isso, insistindo que a questão foi analisada e resolvida há muito tempo.
Os debates sobre a restituição dos judeus aconteceram esta semana após a Polônia cancelar abruptamente a visita de uma delegação israelense, com medo de que eles levantassem a questão durante conversas planejadas.
No sábado passado, milhares de nacionalistas marcharam em Varsóvia em protesto contra a lei americana de 2018, que encarrega o Departamento de Estado dos EUA de monitorar como as nações estrangeiras lidam com a compensação dos sobreviventes do Holocausto e seus descendentes.
Governada pelos direitistas do Partido da Lei e da Justiça (PiS), Varsóvia nega qualquer culpabilidade histórica dos poloneses no sofrimento dos judeus poloneses durante a guerra. Apesar de rejeitar a restituição da propriedade judaica, os funcionários da PiS têm expressado sua opinião de que a Alemanha deveria compensar a Polônia por sua devastação na guerra.
Falando a simpatizantes na semana passada, o chefe do partido no poder e co-fundador, Jaroslaw Kaczynski, afirmou que é a Polônia que "deve ser paga", e não o contrário.
"Alguns de nossos vizinhos ao longo das fronteiras ocidentais nos devem dezenas, centenas de bilhões de euros ou dólares. Possivelmente, mais do que um trilhão", destacou.