A China, o maior detentor estrangeiro da dívida pública dos EUA, realizou a maior venda de títulos do Tesouro dos EUA em dois anos, reduzindo seus investimentos nesse ativo a 1,12 trilhão de dólares (R$ 5,53 trilhões).
No período de 12 meses que terminou em março, a China reduziu em 67,2 bilhões de dólares seus investimentos em títulos do Tesouro dos EUA, o que corresponde à 5,6% dos investimentos chineses nesse ativo, informou o banco de investimentos UBS, citado pelo canal CNBC.
Segundo analistas, a China não ameaça nem deixar de comprar títulos do Tesouro nem se envolver em vendas imediatas, o que abalou o mercado de títulos anteriormente. O mais provável é que Pequim tenha dado esse passo para defender sua moeda nacional.
Vale destacar que a emissão de títulos do Tesouro permite a Washington financiar os gastos públicos crescentes, estimular o crescimento econômico e manter taxas de juro baixas.
Se os chineses decidirem se livrar da dívida pública dos EUA ou reduzir significativamente sua cota-parte nesse mercado, surgirá um desequilíbrio. Washington depende demasiado dos compradores estrangeiros desses títulos. A venda massiva de títulos do Tesouro causaria o aumento drástico das taxas de juro o que, por sua vez, seria um golpe contra a maior economia global.
"A venda massiva dos títulos do Tesouro é a maior arma que eles [os chineses] possuem. Eles precisam fazer mais para combater os EUA. Então, se chegar a atura, é isso que vão usar", disse o economista Sung Won Sohn.
A China continua sendo o maior detentor de dívida pública dos EUA, mesmo depois de sua participação ter caído para 17,3% em comparação com outros governos em todo o mundo, a menor cota-parte desde junho de 2006. O Japão e o Reino Unido ocupam o segundo e o terceiro lugar nessa lista.