Em 2018, a economia mundial cresceu a um ritmo moderado de 3,7% e a fase de crescimento já dura dez anos. Entretanto, os especialistas avisam sobre a instabilidade desse crescimento e já preveem que uma nova crise venha a abalar em breve a economia global porque o crescimento não pode ser interminável.
Em seu artigo para o portal Forbes, o proeminente economista russo Vladimir Mau sublinhou que a crise global de 2008 foi causada pelo nível sem precedentes da dívida global – que continua crescendo, tendo superado os 200 trilhões de dólares em 2018 (mais de R$ 800 trilhões). Além disso, se observa uma fraca atividade de investimento, estagnação da renda da classe média e a deflação nas economias desenvolvidas.
No entanto, isto priva-os do instrumento mais importante para contrariar a próxima crise - a possibilidade de flexibilização monetária. Os bancos centrais dos países desenvolvidos não têm espaço para a flexibilização monetária, enquanto a flexibilização fiscal também será extremamente difícil devido à enorme e crescente dívida pública.
Mais um ponto fraco da economia global é a perda de confianças nas instituições governamentais. As sanções, que se tornaram um elemento integrante da política global, desempenham um papel importante nesse processo: as medidas restritivas podem ser introduzidas contra qualquer país, empresa ou pessoa, o que apenas contribui para volatilidade e incerteza.
Em meio a essa situação, a economia global dá indícios de possíveis mudanças fundamentais. Segundo Mau, com o desenvolvimento das tecnologias de informação, as criptomoedas vão desempenhar um papel cada vez mais importante no sistema de finanças globais. Por exemplo, vários bancos centrais já manifestaram seu interesse em desenvolver projetos baseadas na tecnologia blockchain. Embora o desenvolvimento pleno do mercado de criptomoedas ainda possa vir a levar vários anos, esse setor é muito promissor, sublinha o analista.
Anteriormente, os analistas já avisaram que a economia mundial pode não resistir à dívida de mais de 200 trilhões de dólares e que a próxima crise poderia ser pior do que a de 2008. No final do ano passado, os economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontaram a insustentável dívida global como a principal ameaça para a economia mundial.
Na edição de abril do relatório Perspectivas da Economia Mundial, o FMI prevê um abrandamento do crescimento global em 2019 para 3,3% em comparação com os 3,5% esperados em janeiro deste ano. Os economistas do fundo sublinham que, embora se espere alguma retomada do crescimento no segundo semestre, em geral 70% da economia mundial deve desacelerar neste ano.