O ministro da Defesa dinamarquês alertou que a Dinamarca poderá ter que instalar aviões de combate nas suas bases na Groenlândia, a maior ilha do mundo, se a Rússia violar o espaço aéreo gronelandês. De acordo com os militares dinamarqueses, partes da Groenlândia estarão em breve ao alcance de aviões russos, capazes de chegar no espaço aéreo da Groenlândia sem obstáculos. Atualmente, a Dinamarca é impotente nesta situação, admitiu o ministro da Defesa.
"Não podemos aceitar violações do espaço aéreo do território dinamarquês. Temos de afirmar a nossa soberania, tal como precisamos de a afirmar sobre a Dinamarca e o mar Báltico, quando assistimos a violações por parte da Rússia. Temos de agir da mesma forma na Groenlândia", disse Claus Hjort Frederiksen ao jornal Berlingske.
O Serviço de Inteligência Militar da Dinamarca sugeriu na sua avaliação de risco que a própria Rússia se sente ameaçada pelas atividades ocidentais no Ártico, o que inclui planos dos EUA de investir fortemente nos aeroportos gronelandeses. No entanto, um plano de contingência na Groenlândia para repelir as aeronaves russas não será um plano barato.
Atualmente, as Forças Armadas dinamarquesas não dispõem de um centro de operações aéreas para gerir a prontidão das suas forças nem do necessário sistema de comunicações na Groenlândia. Embora a Groenlândia esteja ganhando cada vez mais importância internacional, continua sendo vulnerável a ciberataques, disse Hjort Frederiksen ao jornal.
"Podemos dizer que a Groenlândia é a única razão pela qual a Dinamarca, sendo um pequeno país, tem algum peso na política internacional", disse ao Berlingske o major Hans Peter Michaelsen, analista militar do Centro de Estudos Militares da Universidade de Copenhaga.
"Até agora, baseamos a nossa política no fato de o Ártico ser uma região de baixa tensão e continuaremos a fazê-lo no futuro", assegurou Claus Hjort Frederiksen. Nos últimos anos, numerosos relatórios de especialistas militares e de segurança dinamarqueses designaram a Rússia como a principal ameaça para o país escandinavo, ao lado da China.