Analista esclarece 3 razões que impulsionam desejo dos EUA de ganhar força no Ártico

O MRE da Rússia acusou os EUA de estarem tentando transformar o Ártico em um teatro de guerra. Dmitry Solonnikov, diretor do Instituto do Desenvolvimento Governamental Moderno, explicou ao serviço russo da Rádio Sputnik por que Estados Unidos estão aplicando política interesseira no Ártico.
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O diretor do Instituto do Desenvolvimento Governamental Moderno, Dmitry Solonnikov, explicou para o serviço russo da Rádio Sputnik o que, em sua opinião, podem significar as recentes declarações americanas sobre o aumento da influência da Rússia no Ártico e sobre a necessidade de reforço dos EUA na região.

"Em minha opinião, várias linhas de interesse dentro dos EUA estão entrelaçadas aqui. Por um lado, o complexo militar-industrial dos EUA está interessado em novas encomendas. É necessário construir navios quebra-gelos para serem utilizados no Ártico, pois praticamente não existem navios deste tipo nos Estados Unidos. Isto é, estas são grandes encomendas."

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Em se tratando de transferência de armamento para a região do Ártico, Solonnikov explicou que quem no fim das contas pagaria pela locomoção para empresas, que esperam que contratos sejam fechados, seria o contribuinte norte-americano. De acordo com o especialista, tudo isso está no conceito de Trump para desenvolvimento industrial no território dos Estados Unidos.

"Trata-se, naturalmente, de lutar pela eliminação do domínio da Rússia no mercado energético europeu. E, evidentemente, o Ártico russo, com as suas reservas de gás, reservas de petróleo e a possibilidade de trânsito destes recursos para a Europa, incluindo o mercado de gás natural liquefeito [GNL] é uma importantíssima direção da política externa dos EUA", adiciona.

A luta contra as transportadoras de energia russas na Europa e na Ásia é uma das estratégias de Donald Trump e das empresas que o apoiam, acredita o especialista. A terceira razão, em sua opinião, é o desejo dos EUA de limitar o crescimento da influência global da China.

"A própria China não tem nada a ver com o Ártico. Mas ao participar de uma série de projetos, incluindo projetos russos do Ártico, ela aparece nesta região, e, para EUA, isso é muito desagradável", disse Solonnikov.

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Portanto, quando Bolton diz ser necessário mudar o conceito de representação dos EUA na região do Ártico, não é apenas uma frase, é um conceito sistemático e economicamente comprovado da política externa dos EUA, concluiu especialista.

A nova política dos EUA no Ártico visa transformar a região em um teatro de guerra, disse à Sputnik o representante russo do Conselho Ártico Nikolai Korchunov.

"Não é coincidência que a ênfase (do lado dos EUA) é dada a métodos militares, ao aumento dos gastos militares no Ártico, às tentativas de minar a confiança e a atmosfera da cooperação multilateral no Ártico", disse Korchunov.

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Assim, o diplomata comentou as recentes declarações de altos funcionários americanos. Korchunov sublinhou que a Rússia, pelo contrário, insiste em preservar o Ártico como zona pacífica.

Anteriormente, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que Washington estava preocupado com "a reivindicação da Rússia sobre as águas internacionais da Rota do Mar do Norte, incluindo os planos recentemente anunciados de conectá-la à Rota da Seda chinesa".

Por sua vez, o assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, afirmou que Washington logo estabeleceria uma presença durante todo o ano no Ártico. Isso será possível quando os novos quebra-gelos americanos entrarem em operação, acrescentou Bolton.

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