Culpar a Rússia pela situação na Venezuela é 'absurdo', diz chancelaria russa

Os EUA continuam a realizar suas provocações contra a Venezuela e ao mesmo tempo lançam acusações absurdas contra Moscou, disse a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Sputnik

"As declarações sobre a suposta responsabilidade russa na situação na Venezuela são absurdas", afirmou a porta-voz.

Zakharova acrescentou que "enquanto todos os países da América Latina e do Caribe, bem como a maioria dos Estados de outras regiões, se opõem claramente a uma intervenção militar na Venezuela, os militares dos EUA continuam com suas provocações abertas".

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A porta-voz diplomática também afirmou que as negociações com o Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, por iniciativa da oposição venezuelana "a fim de derrubar as autoridades legítimas", estão "fora do senso comum".

O representante do líder da oposição Juan Guaidó nos Estados Unidos, Carlos Vecchio, solicitou uma reunião com o chefe do Comando Sul, Craig Faller, mas foi atendido na segunda-feira pelas autoridades dos departamentos de Estado e Defesa dos EUA.

Além disso, Zakharova lembrou a incursão de um navio dos EUA nas águas territoriais da Venezuela no início deste mês.

Em 9 de maio, quando se aproximava de 14 milhas náuticas do porto de La Guaira, a embarcação dos EUA recebeu uma ordem de um barco de patrulha venezuelano para deixar as águas, a instrução foi obedecida.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro chamou a incursão de provocação.

"Essas ações aumentam as tensões e não favorecem a confiança", disse Zakharova.

Finalmente, Zakharova reiterou o apelo aos políticos venezuelanos para aplicar métodos pacíficos na luta política.

"Consideramos inadmissíveis os passos que provocam uma guerra civil e as tentativas de derrubar pela força o presidente legítimo", afirmou.

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Em 30 de abril, na Venezuela, uma tentativa de golpe militar foi frustrada pelo deputado da oposição Guaidó, que se proclamou "presidente encarregado" do país no final de janeiro.

Guaidó foi imediatamente reconhecido pelos EUA, aos quais se juntaram cerca de 50 países, metade deles europeus.

Rússia, China, Cuba, Bolívia, Irã e Turquia, entre outras nações, continuam a apoiar a ordem constitucional e o governo de Maduro.

México e Uruguai se recusaram a reconhecer Guaidó, declararam-se neutros e propuseram um diálogo entre as partes para superar a crise.

Enquanto os EUA ameaçam repetidamente que tem todas as opções na mesa, incluindo a de uma intervenção militar na Venezuela.

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