"O módulo de energia e propulsão do posto avançado orbital será uma pedra angular para toda a estação de Gateway e um excelente exemplo de como trabalhar com empresas privadas ajudará a NASA a voltar à órbita o mais rápido possível e colocar a primeira astronauta mulher em sua superfície em 2024", anunciou Bridenstine.
Os primeiros rumores sobre a possível construção da estação na órbita da Lua surgiram no segundo semestre de 2016, quando ocorreu uma reunião a portas fechadas do grupo internacional espacial ISCWG. É justamente nesse grupo que representantes das cinco potências espaciais debatem os planos para a exploração espacial e as áreas em que a humanidade se moverá após desativação da Estação Espacial Internacional (EEI).
Alguns destes problemas foram resolvidos durante a primeira reunião de Dmitry Rogozin e Bridenstine em outubro do ano passado, mas os EUA não desistiram de criar um LOP-G como um "projeto americano" ao invés de um "projeto internacional". As relações se tornaram mais tensas no último semestre do ano passado após o chefe da NASA ter convidado Dmitry Rogozin para visitar os EUA, e depois ser forçado a desistir da ideia sendo pressionado por congressistas, o que voltou a pôr em causa a participação da Rússia no projeto.
Na noite de quinta-feira (23), uma teleconferência foi realizada na sede da NASA, durante a qual Bridenstine e os chefes do programa Artemis falaram sobre os primeiros passos para executar os planos dos Estados Unidos para voltar à lua. De fato, a iniciativa será agora dividida em duas partes, porque a liderança dos EUA decidiu recentemente acelerar o ritmo da execução e devolver os astronautas à Lua não em 2028, como inicialmente previsto, mas em 2024.
Outra razão para o aceleramento pode estar envolvida com o atraso no desenvolvimento do Sistema de Lançamento Espacial. Tudo isso teria feito com que a NASA adiasse o lançamento de praticamente todos os módulos LOP-G para uma data posterior e acelerasse o desenvolvimento do elemento principal da estação, o módulo de potência e propulsão do posto avançado orbital.
"A versão pequena da estação de Gateway foi concebida para nos permitir pousar na superfície da Lua. Portanto, o poder de seus sistemas de suporte de vida e o número de portas será mínimo, embora nada nos impeça de expandi-lo posteriormente", afirmou William H. Gerstenmaier, chefe de voos tripulados da NASA.
Não é a NASA que vai construir e enviar o módulo de potência e propulsão do posto avançado orbital para o espaço, mas, sim, o seu primeiro parceiro lunar privado, Maxar. Esta corporação já esteve envolvida no desenvolvimento de estações espaciais no passado, que resultou no braço robótico Canadarm2, instalado a bordo da EEI pela Agência Espacial Canadense.
Segundo Bridenstine, a Maxar receberá cerca de 375 milhões de dólares para construir o primeiro módulo da estação lunar e enviá-lo ao espaço. Michael Gold, vice-presidente da empresa, disse que a Maxar está agora se dedicando ao foguete New Glenn, criado pela startup Blue Origin.
A segunda parte do Artemis, segundo o chefe da NASA, será lançada apenas após o primeiro "novo" pouso de astronautas na Lua. Como parte da iniciativa, o LOP-G será significativamente expandido e se tornará uma espécie de plataforma de testes para preparação do primeiro voo para Marte. Ao mesmo tempo, Bridenstine salientou que a estação lunar expandida será muito mais modesta do que a EEI.
O diretor da NASA resumiu que deve ser muito claro para todos que a agência espacial norte-americana não está construindo uma nova EEI na órbita da Lua. "Isso não faz parte dos nossos planos: os EUA não querem gastar todos os recursos disponíveis em sua construção e 'ficar preso' na Lua. O nosso principal objetivo era e continua sendo voar para Marte", adicionou.