O Imazon revelou que imagens de satélite mostraram que a região perdeu 2.169 quilômetros quadrados de floresta de agosto a abril, acima dos 1.807 quilômetros quadrados perdidos em relação ao mesmo período do ano anterior.
O ano de monitoramento do grupo começa em agosto, para coincidir com a estação seca do Brasil, quando as taxas de extração são geralmente mais altas.
Os analistas do grupo culpam a exploração madeireira descontrolada e a invasão de terras por grande parte das perdas, algumas das quais ocorreram em áreas protegidas e reservas indígenas.
O presidente Jair Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionaram a realidade da mudança climática e falaram em favor da expansão da mineração e da agricultura industrial, inclusive na Amazônia e em áreas protegidas. Ambos acreditam que as leis ambientais e os grupos ativistas frequentemente trabalham para impedir o potencial econômico do Brasil.
Salles afirmou no início deste mês que queria reformular o Fundo Amazônia, uma iniciativa criada para conter o desmatamento em uma área de quase 7 milhões de quilômetros quadrados. Ele estava agendado para se reunir na segunda-feira com representantes dos governos alemão e norueguês, dois dos principais contribuintes do fundo.
Salles disse que seu ministério revisou 103 contratos concedidos pelo fundo a grupos sem fins lucrativos, cerca de um terço de todos os contratos assinados desde o seu lançamento em 2008. Ele disse que a investigação encontrou "irregularidades" em todos os 103 contratos, mas não deu nenhum caso específico, citando cláusulas de confidencialidade até revisão pelos auditores.
Entrevistado antes da reunião de segunda-feira pela TV Globo, Salles reiterou sua intenção de sacudir o fundo apertando regras e supervisão sobre a alocação de contratos e a escolha de projetos que possam obter financiamento.
"Queremos melhores resultados para reverter o aumento do desmatamento", avaliou Salles, dizendo que queria resultados "mensuráveis" e um "retorno sobre o investimento".
Salles pontuou que não poderia dar mais detalhes sobre as mudanças propostas pelo ministério antes de discuti-las com a Noruega e a Alemanha. A estatal brasileira Petrobras é o terceiro maior contribuinte do fundo.
O fundo foi criado para receber doações para ajudar a prevenir, monitorar e combater o desmatamento na Floresta Amazônica, uma vasta área rica em biodiversidade e cuja preservação é vista como essencial para conter a mudança climática.