"As empresas públicas de grãos não receberam novas encomendas para continuar as compras [de soja] e não esperam que isso aconteça devido à falta de acordo nas negociações comerciais", informa a agência.
Segundo os dados oficiais, a China comprou 13 milhões toneladas de soja desde dezembro, quando foi atingida uma trégua temporária entre o país e os EUA e estes decidiram adiar o aumento para 25% das tarifas aplicadas aos produtos chineses.
Em meio à suspensão das compras de soja americana por Pequim, o Brasil, sendo o segundo maior produtor mundial deste alimento, poderia aumentar ainda mais suas vendas de soja à China.
No início de maio, o presidente dos EUA Donald Trump anunciou que planejava introduzir novas tarifas sobre produtos chineses. Como consequência, a partir de 10 de maio, as tarifas americanas sobre uma série de produtos chineses foram elevadas de 10% para 25%, sobre mercadorias no valor de 200 bilhões de dólares (R$ 890 bilhões).
Além disso, o presidente estadunidense ordenou que o Departamento de Comércio iniciasse o processo de aumento de tarifas sobre todos os produtos chineses.
A China, por sua vez, declarou que "lamenta profundamente" o aumento dos impostos sobre as suas exportações e que não tem outro remédio senão tomar contramedidas a esse respeito, tendo anunciado o aumento das tarifas chinesas sobre uma série de produtos estadunidenses no valor de 60 bilhões de dólares (R$ 240 bilhões). A medida entrará em vigor desde 1º de junho.