Guerra comercial poderia desencadear crise financeira global, avisa financista

A escalada da disputa comercial entre a China e os EUA pode afetar significativamente a economia global, afirmou o ex-governador do Banco Popular da China (banco central chinês), Dai Xianglong.
Sputnik

Durante uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (31) em Pequim, ele disse que “as consequências da guerra comercial sino-americana não só se refletirão nos dois países, mas também se estenderão às regiões relevantes e atingirão o mundo inteiro”.

"Se a guerra comercial entre a China e os EUA continuar a se agravar, isso poderá causar um declínio na economia global e poderá causar uma crise financeira global", declarou ele, citado pela emissora CNBC.

Dai também atribuiu a recente queda do yuan chinês à reação do mercado às tensões comerciais. Segundo ele, Pequim não desvalorizaria sua moeda em resposta ao aumento das tarifas. Ele insiste que são o crescimento econômico e o volume significativo das reservas internacionais que apoiam o yuan estável.

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O ex-vice-ministro do Comércio chinês, Wei Jianguo, que estava moderando a coletiva de imprensa, disse que a decisão de iniciar uma guerra comercial com a China poderia se tornar o maior erro estratégico de Washington desde a Segunda Guerra Mundial ou mesmo desde a fundação dos EUA.

"Pode-se dizer que os EUA desta vez entraram na hora errada, travaram uma guerra errada e escolheram um adversário errado", afirmou Wei, acrescentando que as tensões comerciais podem durar 30 anos ou mais.

"Estou confiante de que o tempo, a razão e a verdade estão do nosso lado. O povo chinês certamente vencerá; a paz, sem dúvidas, vencerá", declarou o ex-vice-ministro. A China e os EUA estão num impasse há quase um ano desde que a guerra comercial começou. O conflito piorou quando, no início de maio, o governo Trump acusou Pequim de renegar os compromissos de fazer mudanças estruturais em suas práticas econômicas.

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Em maio, a guerra comercial entre Pequim e Washington, iniciada pelos EUA em 2018, havia ganho um novo fôlego. A partir de 10 de maio as tarifas americanas sobre uma série de produtos chineses foram elevadas de 10% para 25% sobre mercadorias no valor de 200 bilhões de dólares (R$ 890 bilhões). Além disso, o presidente estadunidense ordenou que o Departamento de Comércio iniciasse o processo de aumento de tarifas sobre todos os produtos chineses.

A China, por sua vez, declarou que não tinha outro remédio senão tomar contramedidas a esse respeito e anunciou o aumento das tarifas chinesas sobre uma série de produtos estadunidenses no valor de 60 bilhões de dólares (R$ 240 bilhões). A medida entrou em vigor desde 1º de junho.

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