No domingo (9), o Ministério da Defesa do Irã apresentou seu novo sistema de defesa antiaérea de fabricação nacional, o Khordad 15. Ele é equipado com um radar e plataformas de lançamento de mísseis independentes e pode detectar tanto aviões quanto outros intrusos dentro de um raio de 150 quilômetros e rastreá-los a uma distância de 120 quilômetros.
"Nas fotos podemos ver que o Khordad 15 tem um radar de acompanhamento e orientação, bem como antena de varredura eletrônica ativa. Isso é uma vantagem inegável do sistema", disse ele.
"Contudo, o lançamento dos mísseis não se efetua de modo vertical, como na maioria dos sistemas de defesa antiaérea atuais, o que permite concluir que o novo sistema iraniano tem algumas desvantagens", opina Yuri Knutov.
Ultimamente, o Irã tem realizado um programa de reequipamento de sistemas estrangeiros para sistemas de fabricação própria. Knutov considera que o objetivo principal de Teerã é a criação de um sistema de defesa antiaérea escalonada constituída por sistemas de curto, médio e longo alcance.
"A ameaça principal para o Irã é um ataque aéreo dos EUA e Israel. A República Islâmica visa garantir a intercepção de mísseis de cruzeiro, diferentes munições aéreas, drones e aviões de combate", disse ele.
"A propósito, o Irã já interceptou vários drones. Por exemplo, em 2011 eles conseguiram pousar um drone norte-americano RQ-170 Sentinel via meios de guerra eletrônica", recordou o analista militar.
"Não há informação pública sobre testes dos sistemas de defesa antiaérea e radares iranianos. Eles também não foram usados em combate. Por isso, é muito difícil avaliar os sucessos do Irã. É evidente que o Irã não passou sem ajuda da Rússia e da China", destacou o analista.
Os militares do Irã aproveitam a experiência de funcionamento do sistema de defesa antiaérea da Síria que repele regularmente ataques de Israel, considera Knutov.
O analista está convencido que o Irã, em curto prazo, pode aumentar as capacidades da sua defesa antiaérea através da compra de sistemas russos Tor-M2 e Pantsir.
"O Irã não tem restrições internacionais à compra de sistemas de defesa antiaérea. As divisões de S-300 ajudam a república a proteger sua infraestrutura mais importante. Porém, qualquer sistema de longo alcance e qualquer radar precisam de cobertura", revela o analista.
"O Irã atingiu certos sucessos na esfera dos sistemas de defesa antiaérea, mas não poderá passar sem aquisição de material bélico avançado da Rússia e da China", concluiu ele.
Outro analista, o editor-chefe do site MilitaryRussia.ru, Dmitry Kornev, fez comentários sobre o novo armamento iraniano. Ele opina que o país alcançou um nível tecnológico relativamente alto.
"O Irã é obrigado a desenvolver a indústria de defesa em condições de isolamento. Na época do xá, o país dependia totalmente do Ocidente", disse ele.
"Depois de 1979, os iranianos aprenderam a modernizar os sistemas de defesa antiaérea e radares estrangeiros, depois começaram a desenvolver seus próprios modelos copiando elementos dos sistemas russos e chineses', recorda Kornev.
"Quando o Irã apresentou o Bavar 373 pela primeira vez em um desfile militar, ele fazia muito lembrar o sistema russo S-300, e muitos o consideraram como uma cópia do sistema russo Favorit. Mas mais tarde foi apresentado um modelo de combate com outros lançadores e se tornou claro que o Irã criou algo original", disse ele.
Dmitry Kornev revela que o material bélico iraniano não tem uma eficiência comparável com o armamento russo, em particular o S-300, mas o país é capaz de resistir ao Ocidente.
Atualmente, o sistema de defesa antiaérea do Irã consiste de sistemas de longo alcance Talash e Bavar 373 e de médio alcance Raad e Mersad. Eles também usam os sistemas russos S-300PMU-2 Favorit, fornecidos em 2016.