Cientistas provam que Sol pode gerar erupções 'assassinas'

Observações prolongadas de milhões de estrelas realizadas pela sonda GAIA permitiram aos astrônomos provar que as poderosas erupções que podem destruir toda a vida na Terra acontecem também em astros completamente parecidos com o Sol.
Sputnik

Segundo informa um artigo publicado na revista Astrophysical Journal, os cientistas mostraram que as supererupções acontecem raramente, mas a probabilidade de que tal evento possa ocorrer nos próximos séculos não é nula.

"Se cataclismos deste tipo já ocorreram no milênio passado, é pouco provável que a humanidade tenha notado isso. Mas no futuro eles podem destruir a civilização na Terra", afirma Yuta Notsu da Universidade de Colorado em Bowlder, nos EUA.

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As erupções ocorrem no Sol periodicamente – são episódios de explosões com emissão de energia em forma de luz visível, calor e radiação X. As erupções poderosas interrompem o funcionamento dos sistemas de radiocomunicação, satélites e ameaçam a saúde dos cosmonautas que trabalham na Estação Espacial Internacional.

A erupção mais forte teria ocorrido durante a tempestade solar de 1859, também conhecida como Evento Carrington. A quantidade de energia libertada foi 20 vezes maior à libertada com a queda do meteorito que extinguiu os dinossauros e répteis marinhos. Isso interrompeu, por exemplo, o funcionamento dos sistemas de telégrafo em toda a Europa e América do Norte.

Em maio de 2012, os astrônomos descobriram centenas de astros da classe G, a que pertence também o Sol, em cujas superfícies aconteceram, pelo menos uma ou várias vezes, erupções cuja potência era vários milhões de vezes superior à do Evento Carrington.

Esta descoberta levou à ideia que o Sol também poderia gerar cataclismos deste tipo. Outros cientistas duvidaram disso pelo fato que os astros observados tinham uma idade consideravelmente menor que a do Sol.

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Para esclarecer a questão, estes dados, coletados pela sonda Kepler, foram comparados com dados da sonda GAIA, que foi lançada há cinco anos para calcular as coordenadas exatas de mais de um bilhão de estrelas da Via Láctea.

A equipa de Notsu encontrou seis dezenas de astros com erupções comparáveis com o Evento Carrington e nem todos deles tinham idade menor que a do Sol.

As conclusões das observações revelaram que as supererupções ocorreram mais frequentemente em astros com alta velocidade de rotação que nasceram mais tarde que o Sol. Erupções do tipo Carrington ou mais potentes ocorreram a cada dez anos ou mesmo com maior frequência.

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Nos astros cujo período de rotação é de cerca de um mês, como o Sol, por exemplo, a frequência das erupções diminuía, mas continuava bastante grande. As erupções nestes astros deviam acontecer uma vez por século ou por milênio, contudo a potência das erupções permanecia extremamente alta.

Segundo Yuta Notsu, o Evento Carrington não é a última supererupção poderosa na história da Terra, e a humanidade deve se preparar para o próximo cataclismo deste tipo e pensar como se poderia defender o material eletrônico e o agrupamento orbital da destruição.

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