Google tem noção das consequências do desenvolvimento independente da Huawei, diz analista chinês

O Google está ciente das ameaças e desafios à hegemonia dos EUA no mercado tecnológico, criados pelo desenvolvimento independente e descontrolado da empresa chinesa Huawei, afirmou à Sputnik Zhou Rong, especialista do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros.
Sputnik

Em maio, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos colocou a Huawei na "lista negra", impedindo a empresa de fazer aquisições de componentes eletrônicos de empresas norte-americanas. A Huawei está proibida de realizar conversações com empresas americanas sem a necessária autorização. O Google suspendeu a colaboração com a empresa nas áreas que exigem transferências de equipamento, software e serviços tecnológicos exceto os que são de acesso livre. Em particular, a empresa americana privou a Huawei de acesso às atualizações do sistema operacional Android, que equipa os celulares da empresa chinesa.

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Em conexão a isso, a Huawei resolveu criar o próprio sistema operacional, que pode aparecer no mercado já na próxima primavera. Enquanto isso, a edição Financial Times comunicou que a empresa Google avisou a administração dos EUA sobre os riscos para a segurança nacional do surgimento do sistema operacional em questão, e pede para cancelar a proibição de venda de produtos à Huawei. Segundo a edição, já que o sistema está sendo elaborado em regime de urgência, ele terá muitos defeitos e, portanto, será fácil de ser hackeado.

"Como o potencial inovador da China tem ficado cada vez mais forte, a empresa Google já percebeu que, mesmo que não forneça as tecnologias necessárias à Huawei, esta pode elaborar tudo por conta própria", disse o analista.

De acordo com ele, "atualmente várias empresas americanas de tecnologia de ponta ainda podem controlar em certo grau o desenvolvimento tecnológico da Huawei, porém, se a Huawei se encontrar em uma situação sem saída, a empresa não irá se render, e tal servirá apenas como impulso para os técnicos da empresa implementarem desenvolvimentos inovadores", explicou.

Quais são as consequências da proibição da gigante chinesa Huawei para os EUA?
"E então, não só os EUA perderão o controle sobre a Huawei, ficará claro que a Huawei sairá na frente dos EUA na criação de várias tecnologias de ponta. É por isso que no Google supõem que permitir que a Huawei use suas tecnologias será muito mais seguro do que permitir que as empresas chinesas contem apenas com os próprios esforços", assinalou Zhou Rong.

De acordo com ele, é claro que as pressões sobre a Huawei estão relacionadas ao desejo de manter o monopólio total das empresas americanas no mercado dos EUA, o que é extremamente míope.

"Podemos dizer que o apelo do Google para as autoridades dos EUA tem três motivos principais: primeiro, a proibição em relação à Huawei se tornará um fardo pesado para as empresas americanas, segundo, é a preocupação de que a Huawei passe na frente do Google nos desenvolvimentos tecnológicos e desafie a hegemonia americana na área tecnológica, e o terceiro, o Google receia não poder cumprir seu plano anual", disse o especialista.

Segundo Zhou Rong, caso as restrições sejam aprovadas definitivamente, a substituição dos produtos exigirá programas complexos e processos de transformação sofisticados, o que, além das empresas americanas, afetará as compras públicas dos EUA.

O interlocutor da agência adicionou que, além disso, a Huawei ajuda o Google a alcançar certos êxitos já que, graças à presença da Huawei, o Google pode fornecer ininterruptamente seus produtos técnicos.

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