"O CMKI da USAID responde ao desafio da influência maligna do Kremlin construindo a resiliência econômica e democrática dos países visados e trabalhando para mitigar as tentativas do Kremlin de minar uma série de instituições fundamentais", diz o documento publicado no site da agência americana.
Quatro objetivos estratégicos
O plano centra-se em quatro objetivos: defender o funcionamento das instituições democráticas e do Estado de direito, resistir à manipulação da informação, reduzir a vulnerabilidade energética e diminuir as vulnerabilidades econômicas.
A primeira das metas dos autores aponta para a "resistência às tentativas de minar as instituições democráticas e o Estado de direito".
Eles planejam conseguir isso através do "fortalecimento do sistema de contenção e contrapesos e da primazia do direito", do "fortalecimento da resiliência da sociedade civil perante as tentativas de restringir, esgotar ou desacreditar atividades não governamentais independentes" e da "redução da vulnerabilidade do processo eleitoral e político à influência externa e à polarização".
"Estes esforços incluirão a criação de ferramentas para os líderes reformistas e as vozes da sociedade civil combaterem as práticas governamentais corruptas que os agentes do Kremlin frequentemente exploram seletivamente para benefício estratégico de Moscou", escreve o relatório.
Os autores da iniciativa citam como exemplo o fato que a USAID "forneceu à Comissão Eleitoral Central da Ucrânia equipamentos de cibersegurança e ajudou a treinar profissionais especializados por cerca de US$ 2,7 milhões (R$ 10 milhões)".
"Ao financiar comunidades locais e regionais da sociedade civil e organizações não governamentais, a USAID ajuda a garantir que os cidadãos possam responsabilizar seus governos", observa o documento.
O segundo objetivo do conceito é "resistir à manipulação da informação", através da intensificação da "capacidade da mídia local de fornecer notícias e informações profissionais e confiáveis", do aumento da “alfabetização midiática e da necessidade do público de obter informação independente e de alta qualidade" e do fortalecimento das “leis e regulamentos para garantir a liberdade de imprensa".
"Com financiamento da USAID, onze parceiros estratégicos de mídia em toda a Bôsnia, Kosovo, Montenegro, Macedônia do Norte e Sérvia estão aumentando seus públicos, diversificando as receitas e elevando sua presença na mídia digital", informam os autores do artigo.
Reduzir vulnerabilidade energética e econômica
Quanto ao terceiro propósito, que é "reduzir a vulnerabilidade energética", a USAID considera necessário "reforçar a segurança energética dos países parceiros", "reduzir a dependência das fontes de energia controladas pelo Kremlin" e "melhorar o controle interno e externo e a gestão do sector energético".
Já o quarto objetivo é "reduzir a vulnerabilidade na esfera econômica", promovendo "a diversificação das exportações e permitindo que as empresas concorram nos mercados ocidentais" e fortalecendo "a capacidade do mercado financeiro de atender e interagir com os padrões e práticas internacionais".
Em março, o chefe da USAID, Mark Green, anunciou que os EUA proporiam um mecanismo para combater a influência da Rússia na Europa, Eurásia e Ásia Central.
A Rússia negou repetidamente as acusações de tentar influenciar os processos democráticos em vários países. O porta-voz do presidente, Dmitry Peskov, classificou as acusações de "absolutamente infundadas", enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que não há evidências que confirmem tais ações.