Mídia: Exército do Reino Unido enfrenta crise de recrutamento

O Reino Unido enfrenta uma crise de alistamento no Exército, com unidades de combate a operar 40% abaixo da sua capacidade, informou o The Guardian, citando dados divulgados pelo Ministério da Defesa.
Sputnik

Como explica a mídia, os dados mostram que o número de efetivos nos regimentos de infantaria do Exército britânico diminuiu gradualmente nos últimos cinco anos.

Embora os dados publicados trimestralmente pelo ministério indiquem um défice de 7,6% de pessoal no exército em 1 de janeiro de 2019, o The Guardian diz ter analisado os números referentes ao mesmo período, que mostram que nove dos 16 regimentos de infantaria estavam 20% ou mais abaixo da sua "necessidade de pessoal".

Quatro, por sua vez, estavam 25 por cento ou mais abaixo do número planejado de soldados necessários. De acordo com a mídia, os dados de janeiro de 2019 mostram que havia cerca de 2.850 soldados a menos nos regimentos de infantaria do que há cinco anos.

Número de militares

No início de 2015, havia 15.880 militares em serviço nos regimentos, o que é 6% inferior à meta de 16.847 soldados. Na mesma data este ano, havia 13.300 soldados - 17% abaixo dos 15.940 necessários.

"Os números do Exército estão em queda livre sob este governo conservador. Em uma altura em que o nosso país enfrenta um número crescente de ameaças, é simplesmente inaceitável que os números caiam ano após ano", afirmou Nia Griffith, a secretária sombra da Defesa.

Entretanto, um porta-voz do Exército disse ao The Guardian que está totalmente empenhado em melhorar as práticas de recrutamento e que está a trabalhar com o sistema de recrutamento Capita para lidar com os desafios existentes.

"O Exército continua cumprindo todos os seus compromissos operacionais para manter a Grã-Bretanha segura. Os pedidos de alistamento no Exército estão em um máximo de cinco anos, com cerca de 77.000 pedidos para prestar serviço como soldado regular só no ano financeiro de 2018-19. Também aumentamos a taxa de alistamento para conversão de um em 10 para um em oito".

Tensões no golfo Pérsico

A notícia surge quando o Reino Unido anunciou planos para formar uma coligação liderada por países europeus e separada de uma iniciativa semelhante dos EUA para policiar o golfo Pérsico e o estreito de Hormuz, em uma tentativa de "proteger" os navios mercantes contra uma suposta ameaça iraniana.

As tensões entre o Reino Unido e o Irã atingiram um ponto de ebulição no mês passado após as autoridades de Gibraltar terem detido um navio iraniano, o petroleiro Grace-1, com a ajuda de forças do Reino Unido, por causa de uma alegada entrega de petróleo bruto à Síria, em violação das sanções da UE.

O Reino Unido anunciou planos para criar uma "missão de proteção" marítima liderada por países europeus para patrulhar o golfo Pérsico, ao mesmo tempo que concordava em aderir a uma iniciativa semelhante organizada pelos EUA, contra uma alegada ameaça iraniana na região.

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