"As pessoas não acreditam em nós na comunidade internacional. Dizemos que eles [Índia] impõem toque de recolher e não estão dando remédios para as pessoas de Jammu e Caxemira. As pessoas não acreditam em nós, mas acreditam nelas", disse o ministro do Interior, brigadeiro Ijaz Ahmed Shah, na quarta-feira à noite.
"A elite dominante destruiu o país. A elite dominante deste país destruiu o nome. As pessoas pensam que não somos uma nação séria", acrescentou.
Quando perguntado diretamente se Imran Khan e seus principais conselheiros estavam entre a "elite dominante", Shah se desviou, dizendo: "Todos são responsáveis. O Paquistão deve agora fazer uma busca pela alma".
O Paquistão tem sido criticado repetidamente sobre a questão da Caxemira pela comunidade diplomática internacional. As Nações Unidas disseram ao governo de Khan que resolva a questão diplomaticamente, mas sem apoio externo, apesar da oferta rejeitada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de mediar as negociações com a Índia.
Em outra revelação embaraçosa durante a mesma entrevista, o ex-espião Shah admitiu que o Paquistão "gastou milhões de rúpias no Jamat ud Dawa (JuD)", uma instituição de caridade proibida acusada de atuar como uma frente do grupo terrorista Lashkar-e-Taiba que carregava nos ataques de Mumbai em 2008 e opera no Paquistão.
"Precisamos desmotivar os membros da organização proibida e trazê-los para o mainstream", complementou Shah.
No início desta semana, o ministro de Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mahmood Qureshi, disse em uma sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC) em Genebra que a Índia transformou Caxemira e Jammu na maior "prisão em cativeiro do planeta". Isso provocou uma resposta feroz de Nova Déli, segundo a qual o Paquistão era "o epicentro do terrorismo global", que usa a violência política como forma de diplomacia alternativa.
Enquanto isso, o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, diz que Washington ignorou o seu país e que os paquistaneses sofreram muito como resultado da atual guerra ao terror.